A Ilha debaixo do Mar
Zarité viu-se, antes da concretização do seu sonho, obrigada a viver no ambiente sórdido da casa do seu amo e a deitar-se com ele. Embora não tivesse penado o duro trabalho da lavoura, o seu estilo de escravatura pesava a outros níveis. Ainda assim, não sucumbiu nem permitiu que fosse anulado o seu sentido de honradez e de dignidade. Em acréscimo, nunca se sente sozinha, porque tem uma vasta panóplia de personagens a acompanhá-la em cada passagem.
Desde prostitutas e proxenetas à cozinheira da plantação de quem é ajudante, a inesquecível Tante Matilde, à curandeira, Tante Rose, e a todos os escravos a quem dá constantemente alento e renovada confiança, o que não falta neste drama histórico são pessoas que vão dando ao leitor uma ideia bastante aproximada do que representou a exploração de escravos no Caribe em 1770, o que eram as suas condições de vida e o que foi a sua luta para conseguir a liberdade. Trata-se de uma obra que retrata o quotidiano dos escravos haitianos, com paixões, amores, desencontros, acasos e tudo o que compõe a vida de quem não podia ter vida, ao abrigo de uma cultura fértil em elementos mágicos e sobrenaturais, onde coabitam demónios, deuses, vivos, mortos, negros, brancos, a impiedade e a própria esperança.
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Zarité tinha criado Maurice, filho de Valmorain, que cresceu juntamente com Rosette, a filha de Zarité e do seu senhor, meia-irmã do petiz. Ironicamente, ela é a concubina e, simultaneamente, a criada das esposas de Valmorain.
Ternura e drama são os ingredientes principais desta obra de 512 páginas de Isabel Allende, das edições Inapa, reimpressa em 2009. Que se resguardem os que não gostam de dar parte fraca ao ler um bom livro, pois será complicado suster as lágrimas…
Comentários ( 2 ) recentes
- Ana
15-05-2010 às 23:35:05Li esse livro pouco tempo depois de sair e foi sem dúvida um livro muito marcante que me enriqueceu muito culturalmente.
¬ Responder - ketlein
05-02-2010 às 13:36:25goste muito de conheser esta pagina
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