"Casamento, apartamento"
Seja como for, as pessoas sentem necessidade de ter um tecto, um lar onde possam repousar, um espaço que considerem como seu (embora na prática saibam que mal se esqueçam de pagar a renda têm o senhorio à perna, qual rocha na lapa…), um “ninho” para construir uma família.
Como diz um ditado popular: «Casamento, apartamento». É compreensível e aceitável.
Todavia, parece paradoxal que, com a taxa de divórcios a subir em flecha, a procura de apartamentos também aumente. Talvez a explicação resida no facto de que uma família de dois se desdobra, com a separação, em duas “famílias de um”…
Mas se é fácil livrar-se da vizinhança de dentro, revela-se extremamente complicado controlar os vizinhos do lado, da frente, de cima, de baixo. Às vezes a raiva é tanta que dá a impressão de que um simples bufar dessa ira seria suficiente para furar as finas paredes que os distanciam da tão apetecida intimidade, amiudadamente comprometida e violada.
Encontra-se, literalmente, debruçada em cima do acontecimento. Atenção às vertigens…