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As revistas, o Photoshop e a vida

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Fotografia
Comentários: 2
As revistas, o Photoshop e a vida

A fotografia digital tomou conta da imagem na era da informatização. Através dela há a possibilidade de se manipular a imagem. Com o uso de softwares apropriados, como o Photoshop, por exemplo, pode-se atingir a perfeição da foto. Com o uso dessa ferramenta é possível criar imagens perfeitas, com iluminação adequada, rostos e corpos surpreendentes.

Muitas revistas utilizam-se das ferramentas do Photoshop para dar retoque à imagem. Com o uso dessas ferramentas é possível retirar aparelhos dentários, aumentar lábios, dar brilho aos olhos, apagar imperfeições corporais, sem necessidade de plástica, acrescentar o fundo que se quiser à foto, entre muitas outras possibilidades. Diante dessa nova forma de trabalho com a imagem, o leitor da revista fica sem saber se realmente o artista e modelo é daquela forma ou se foi alterada a sua imagem. Contudo, essas alterações não espantam mais o leitor que está acostumado a esperar uma forma perfeita.

Daí cada vez mais a busca na vida real da perfeição corporal que existe somente nas fotografias, fazendo com que muitas pessoas se frustrem e entrem em depressão devido a dietas absurdas, cirurgias e tratamentos muitas vezes excessivos que agridem o corpo. A perfeição das revistas pertence ao mundo virtual, mas muitas pessoas especialmente mulheres jovens, não conseguem ter o discernimento para fazer essa diferenciação e estão sempre em busca de uma perfeição utópica. É preciso saber diferenciar a revista, o Photoshop e a vida real.

Com o Photoshop é possível atingir o conhecido “efeito boneca” em que, utilizando algumas ferramentas do programa, atingi-se a perfeição do corpo e do rosto. Com esse efeito a imagem ganha uma iluminação perfeita, uma pele magnífica, dentes brancos, brilhantes e alinhados, olhos vivos, maquiagem perfeita e cabelos deslumbrantes. Qualquer imagem, inclusive a própria, pode ter essa mudança de efeito. Basta que alguém que saiba utilizar este recurso mexa na fotografia, utilizando o efeito boneca.

As revistas utilizam-se dos processos de manipulação da imagem, apesar de alegarem que não os utilizam. Elas alegam que têm bons fotógrafos e modelos perfeitas, mas é notável, para quem é bom observador, que na fotografia há manipulação. Além do Photoshop há outros programas de manipulação da imagem mais potentes utilizados em comerciais e revistas. O que acontece com as imagens são verdadeiras “cirurgias digitais”, notáveis alterações das imperfeições humanas. São ilusões que fazem com que os leitores busquem atingir graus de beleza não atingidos nem pelas celebridades das revistas que, com todas as oportunidades que têm, de malhação, de recursos estéticos e cirúrgicos, não têm.

O recurso do editor da imagem é impressionante, mas e a personalidade e a naturalidade e a beleza natural? Muitas modelos não estão mais se reconhecendo nas suas próprias fotos devido à alta manipulação pela qual suas imagens passam. Está havendo um movimento contrário à utilização desses recursos. Elas preferem uma fotografia mais próxima ao que realmente elas são: seres humanos dotados de imperfeições.

Porém isso não é o que as revistas buscam. Ainda há uma forte tendência à edição das imagens, inclusive auxiliando na produção da fotografia, pois já que tudo é feito no computador, não é mais necessário que os ensaios fotográficos durem tanto e que se refaça várias vezes a mesma foto. Afinal tudo é corrigido e melhorado no computador.


Rosana Fernandes

Título: As revistas, o Photoshop e a vida

Autor: Rosana Fernandes (todos os textos)

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Imagem por: dreamglow

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Comentários     ( 2 )    recentes

  • SophiaSophia

    04-05-2014 às 18:45:23

    Realmente, deve-se ter muito cuidado com a imagem que se quer transmitir, pois as pessoas que não sabem diferenciar com a vida real, acabam ficando depressivas. A mídia quer manipular mais e mais as pessoas, não se deve ser influenciado pelas imagens não-reais.

    ¬ Responder
  • vanessavanessa

    31-03-2012 às 02:08:30

    olá. gostaria de saber qual o photoshop, q usam para fotos de revistas, por exemplo, se eu quisesse tirar meu rosto de uma foto e colocar em outra foto no corpo de uma outra pessoa...ou se quisesse aumentar meus seios, sem q parecessem q coloquei no photoshop?! teria como me dizer um que seja em portugues?obrigada

    ¬ Responder

Comentários - As revistas, o Photoshop e a vida

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Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: DVD Filmes
Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.\"Rua
Este texto irá falar sobre o filme Ex_Machina, nele podem e vão ocorrer Spoillers, então se ainda não viram o filme, vejam e voltem depois para lê-lo.

Impressões iniciais:

Ponto para o filme. Já que pela sinopse baixei a expectativa ao imaginar que era apenas mais um filme de robôs com complexo de Pinóquio, mas evidentemente que é muito mais que isso.

Desde as primeiras cenas é possível perceber que o filme tem algo de especial, pois não vemos uma cena de abertura com nenhuma perseguição, explosão ou ação sem propósito, típica em filmes hollywoodianos.
Mais um ponto, pois no geral o filme prende mais nos diálogos cerebrais do que na história em si, e isso é impressionante para o primeiro filme, como diretor, de Alex Garland (também roteirista do filme). O filme se mostrou eficiente em criar um ambiente de suspense, em um enredo, aparentemente sem vilões ou perigos, que prende o espectador.

Entrando um pouco no enredo, não é difícil imaginar que tem alguma coisa errada com Nathan Bateman (Oscar Isaac), que é o criador do android Ava (Alicia Vikander), pois ele vive isolado, está trabalhando num projeto de Inteligência Artificial secreto e quando o personagem orelha, Caleb Smith (Domhnall Gleeson), é introduzido no seu ambiente, o espectador fica esperando que em algum momento ele (Nathan) se mostrará como vilão. No entanto isso ocorre de uma forma bastante interessante no filme, logo chegaremos nela.

Falando um pouco da estética do filme, ponto para ele de novo, pois evita a grande cidade (comum nos filmes de FC) como foco e se concentra mais na casa de Nathan, que fica nas montanhas cercadas de florestas e bastante isolado. Logo de cara já é possível perceber que a estética foi pensada para ser lembrada, e não apenas um detalhe no filme. A pesar do ambiente ser isolado era preciso demonstras que os personagens estão em um mundo modernizado, por isso o cineasta opta por ousar na arquitetura da casa de Nathan.

A casa é nesses moldes novos onde a construção se mistura com o ambiente envolta. Usando artifícios como espelhos, muitas paredes de vidro, estruturas de madeira e rochas, dando a impressão de camuflagem para a mesma, coisa que os ambientalistas julgam favorável à natureza. Por dentro se pode ver de forma realista como podem ser as smart-house, não tenho certeza se o termo existe, mas cabe nesse exemplo. As paredes internas são cobertas com fibra ótica e trocam de cor, um efeito que além de estético ajuda a criar climas de suspense, pois há momentos onde ocorrem quedas de energia, então fica tudo vermelho e trancado.

O papel de Caleb á ajudar Nathan a testar a IA de AVA, mas com o desenrolar da história Nathan revela que o verdadeiro teste está em saber se Ava é capaz de “usar”, ou “se aproveitar” de Caleb, que se demonstra ser uma pessoa boa.

Caleb é o típico nerd introvertido, programador, sem amigos, sem família e sem namorada. Nathan também representa a evolução do nerd. O nerd nos dias de hoje. Por fora o cara é careca, barbudão com uns traços orientais (traços indianos, pois a Índia também fica no Oriente), bebê bastante e ao mesmo tempo malha e mantém uma dieta saudável pra compensar. E por dentro é um gênio da programação que criou, o google, o BlueBook, que é um sistema de busca muito eficiente.

Destaque para um diálogo sobre o BlueBook, onde Nathan fala para Caleb:
“Sabe, meus concorrentes estavam tão obcecados em sugar e ganhar dinheiro por meio de compras e mídia social. Achavam que ferramenta de pesquisa mapeava O QUE as pessoas pensavam. Mas na verdade eles eram um mapa de COMO as pessoas pensavam”.

Impulso. Resposta. Fluido. Imperfeição. Padronização. Caótico.

A questão filosófica vai além disso esbarrando no conceito de “vontade de potência”, de Nietzche, mas sobre isso não irei falar aqui, pois já há textos muito bons por aí.

Tem outra coisa que o filme me lembrou, que eu não sei se é referência ou se foi ocasional, mas o local onde Ava está presa e a forma como ela fica deitada num divã, e questiona se Caleb a observa por detrás das câmeras, lembra o filme “A pele que habito” de Almodóvar, um outro filme excelente que algum dia falarei por aqui.

Talvez seja uma versão “O endoesqueleto de metal e silicone que habito”, ou “O cérebro positrônico azul que habito”, mesmo assim não podia deixar de citar a cena por que é muito interessante.

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Jhon Erik Voese

Título:Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.

Autor:Jhon Erik Voese(todos os textos)

Imagem por: dreamglow

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Comentários

  • Suassuna 11-09-2015 às 02:03:47

    Gostei do texto, irei conferir o filme.

    ¬ Responder
  • Jhon Erik VoeseJhon Erik Voese

    15-09-2015 às 15:51:02

    Que bom, obrigado! Espero que goste do filme também!

    ¬ Responder

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