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Uma ferramenta articulada

Categoria: Ferramentas
Uma ferramenta articulada

Um alicate é uma ferramenta articulada cuja função consiste em multiplicar a força exercida por quem o está a manusear, numa perspectiva de a fazer incidir sobre o objecto desejado.

Os alicates foram inventados na Europa cerca do ano 2000 a.C. para tornar possível agarrar em coisas quentes, especialmente ferro nas, então muito usuais, fundições.

As ilustrações mais antigas destacam Hefaistos (deus da forja na mitologia grega) em plena actividade.

Num esforço de adaptação aos tempos modernos, bem se podiam imaginar algumas figuras do panorama político que se consideram acima de tudo e todos, autênticos deuses portanto, a ostentar obras acabadinhas de “fundir”, encontrando-se ainda “quentinhas”, como é o caso do computador Magalhães, essa maravilha da tecnologia mundial, que quase era açambarcada como galhardete.

Quando se “fundem” mentiras, a única força que os alicates multiplicam é, inevitavelmente, a da desconfiança…

Ao menos, estes instrumentos possuem uma cabeça, que é algo que, manifestamente, falta a imensa gente. A par de braços que trabalhem e da articulação, no caso de ideias lógicas, formando um conjunto harmonioso de componentes cujo funcionamento devolvesse a segurança da manipulação!

Bom, resta o conforto de o emprego dos alicates ser extensível ao universo das ferraduras.

Levantando a ponta das calças de muitos engravatadinhos era, indubitavelmente, o que sobreviria. Ou não constituíssem elas o calçado dos burros…


Rua Direita

Título: Uma ferramenta articulada

Autor: Rua Direita (todos os textos)

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Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

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Tema: Literatura
Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal\"Rua
Gertrude Stein foi uma escritora de peças de teatro, de peças de opera, de ficção, de biografia e de poesia, nascida nos Estados Unidos da América, e escreveu a Autobiografia de Alice B. Toklas, vestindo a pele, e ouvindo pela viva voz da sua companheira de 25 anos de vida, os relatos da historia de ambas, numa escrita acessível, apresentando situações caricatas ou indiscretas de grandes vultos da arte e da escrita da sua época. Alice B. Toklas foi também escritora, apesar de ter vivido sempre um pouco na sombra de Stein. Apesar de ambas terem crescido na Califórnia, apenas se conheceram em Paris, em 1907.


Naquela altura, Gertrude vivia há quatro anos com o seu irmão, o artista Leo Stein, no numero 27 da rue de Fleurus, num apartamento que se tinha transformado num salão de arte, recebendo exposições de arte moderna, e divulgando artistas que viriam a tornar-se muito famosos. Nestes anos iniciais em Paris, Stein estava a escrever o seu mais importante trabalho de início de carreira, Three Lives (1905).


Quando Gertrude e Alice se conheceram, a sua conexão foi imediata, e rapidamente Alice foi viver com Gertrude, tornando-se sua parceira de escrita e de vida. A casa, como se referiu atrás, tornou-se um local de reunião para escritores e artistas da vanguarda da época. Stein ajudou a lançar as carreiras de Matisse, e Picasso, entre outros, e passou a ser uma espécie de teórica de arte, aquela que descrevia os trabalhos destes artistas. No entanto, a maior parte das críticas que Stein recebia, acusavam-na de utilizar uma escrita demasiado densa e difícil, pelo que apenas em 1933, com a publicação da Autobiografia de Alice B. Toklas, é que o trabalho de Gertrude Stein se tornou de facto reconhecido e elogiado.


Alice foi o apoio de Gertrude, foi a dona de casa, a cozinheira, grande cozinheira aliás, vindo mais tarde a publicar algumas das suas receitas, e aquela que redigia e corrigia o que Gertrude lhe ditava. Assim, Toklas fundou uma pequena editora, a Plain Editions, onde publicava o trabalho de Gertrude. Aliás, é reconhecido nesta Autobiografia, que o papel de Gertrude, no casal, era o de marido, escrevendo e discutindo arte com os homens, enquanto Alice se ocupava da casa e da cozinha, e de conversar sobre chapéus e roupas com as mulheres dos artistas que visitavam a casa. Depois da morte de Gertrude, Alice continuou a promover o trabalho da sua companheira, bem como alguns trabalhos seus, de culinária, e um de memórias da vida que ambas partilharam.


Assim, este livro que inspirou o filme “Meia noite em Paris”, de Woody Allen, é um livro a não perder, já nas livrarias em Portugal, pela editora Ponto de Fuga.

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Liliana Félix Leite

Título:Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

Autor:Liliana Félix Leite(todos os textos)

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