Lars Von Trier, "Persona Non Grata"
Quando alguém lhe colocou uma questão acerca das suas raízes germânicas, Von Trier disse "Eu compreendo Hitler. Ele fez algumas coisas erradas, absolutamente, mas vejo-o sentado no seu bunker próximo do fim… Simpatizo com ele um pouco... Como é que eu me safo desta frase? Ok. Sou um Nazi.”
À medida que o clima se tornava progressivamente mais pesado, continuou. "Não quero com isto dizer que sou a favor da Segunda Guerra Mundial e não tenho nada contra os judeus, nem mesmo Susanne Bier (N.R: realizadora de origem dinamarquesa de pais judeus, que ganhou em 2010 o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro com o filme In a Better World). Aliás, sou até muito a favor deles. Bem, Israel é uma pedra no sapato, mas…”
As observações do realizador não caíram muito bem aos presentes na conferência de imprensa nem a Kirsten Dunst, actriz do seu novo filme e que se estava sentada a seu lado, que se tivesse um buraco para se enfiar tinha-o feito.
A resposta da organização do festival não se fez esperar, que exigiu explicações a Von Trier, mas o pedido de desculpas não pareceu satisfatório ao seu presidente Gilles Jacob.
Foi então decidido que Lars Von Trier seria "Persona Non Grata" em Cannes, a tomar efeito imediatamente.
A decisão é de cariz puramente pessoal, já que o filme permanece na corrida para a Palma de Ouro, mas Melancholia já sofre com isso, havendo já notícias de distribuidoras que desistiram de apoiar a sua distribuição.
Vejam aqui o vídeo da conferência de imprensa.