A subjetividade das lembranças
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Nossas lembranças e memórias não são retratos fiéis da realidade. São, naturalmente, releituras criadas por nossas perceções, crenças e valores. O mesmo episódio pode ser relembrado de formas diferentes, por pessoas diferentes, podendo apresentar pequenas divergências ou enormes discrepâncias.
No filme “Violação de privacidade”, estrelado pelo ator Robin Williams e dirigido por Omar Naim, essa subjetividade pode ser observada de forma explícita. No filme, algumas pessoas possuem um implante de memória responsável por registrar, sem intervenção de perceções ou crenças pessoais, tudo o que a pessoa vê, ouve e faz. Após a morte dessa pessoa, o implante é retirado e os melhores momentos de sua vida repassados em seu funeral.
Um dos personagens, cujo pai acabara de morrer, questiona o funcionário da empresa, responsável pelo implante, se houve alguma alteração, pois suas lembranças são diferentes das imagens do filme. Outro, o personagem principal, que acreditava ter sido responsável pela morte de um garoto na sua infância, após acessar seu implante ainda em vida, descobre que o quê ele lembrava ser sangue, na verdade, era óleo e que o menino, que parecia inerte no chão, ainda respirava e se mexia quando ele saíra correndo assustado do local.
A realidade é recriada de acordo com nosso estado emocional, medos, experiências, dúvidas e paradigmas. O exemplo do filme é um caso extremo, ocorrido com uma mente facilmente impressionável – a de uma criança, mas alterações como essas acontecem o tempo inteiro em escalas menores, criando várias realidades simultâneas que, se não podem ser chamadas de irreais, também não podem ser chamadas de absolutamente reais.
Diante dessa impossibilidade de recriação de uma verdade absoluta e isenta, o conceito de verdade, aprendida nos dicionários, parece impossível. Pessoas diferentes, ao relembrarem um determinado momento, apresentam elementos e narrativas divergentes que nos fazem pensar: Qual é a história verdadeira? O barco era azul, como fulano disse, ou verde, como o beltrano lembrou? Estava garoando ou o céu estava limpo, como sicrano comentou? Eu diria que todas as histórias são verdadeiras. Diria ainda que o barco era azul e também verde, que garoava e ao mesmo tempo o céu estava limpo, porque foram essas as impressões que aquelas pessoas tiveram do momento. Mas quanto à realidade factual, isso sempre será um mistério, porque tudo que vemos, ouvimos, lemos e vivemos, passa pelo nosso filtro pessoal e são registrados em nossa memória de acordo com nossas perceções.
As lembranças são subjetivas e, por isso, a verdade nunca é uma só!
No filme “Violação de privacidade”, estrelado pelo ator Robin Williams e dirigido por Omar Naim, essa subjetividade pode ser observada de forma explícita. No filme, algumas pessoas possuem um implante de memória responsável por registrar, sem intervenção de perceções ou crenças pessoais, tudo o que a pessoa vê, ouve e faz. Após a morte dessa pessoa, o implante é retirado e os melhores momentos de sua vida repassados em seu funeral.
Um dos personagens, cujo pai acabara de morrer, questiona o funcionário da empresa, responsável pelo implante, se houve alguma alteração, pois suas lembranças são diferentes das imagens do filme. Outro, o personagem principal, que acreditava ter sido responsável pela morte de um garoto na sua infância, após acessar seu implante ainda em vida, descobre que o quê ele lembrava ser sangue, na verdade, era óleo e que o menino, que parecia inerte no chão, ainda respirava e se mexia quando ele saíra correndo assustado do local.
A realidade é recriada de acordo com nosso estado emocional, medos, experiências, dúvidas e paradigmas. O exemplo do filme é um caso extremo, ocorrido com uma mente facilmente impressionável – a de uma criança, mas alterações como essas acontecem o tempo inteiro em escalas menores, criando várias realidades simultâneas que, se não podem ser chamadas de irreais, também não podem ser chamadas de absolutamente reais.
As lembranças são subjetivas e, por isso, a verdade nunca é uma só!
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Comentários ( 1 ) recentes
- Rosana Pegoraro
10-01-2010 às 16:04:38Interessante este texto. Me fez refletir sobre algumas lembranças nebulosas que tenho. Será que elas são realmente como me lembro?
¬ Responder
Sempre acreditei que uma história sempre tem mais de uma verdade, pois a verdade é subjetiva, é algo em que a gente acredita ser verdade, mesmo que equivocados.
O equívoco sobre uma verdade, é um mentira???