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Vida e obra de Hieronymus Bosch

Categoria: Biografias
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Vida e obra de Hieronymus Bosch

Em 1450, Jheronimus van Aken nasceu em s’Hertogenbosch, Bois-le-Duc em francês, uma cidade da Flandres, da actual Holanda, que deu origem ao seu pseudónimo, Bosch, que significa bosque em português. Por esta mesma altura, ali se construía a Catedral de São João, que vai albergar um conjunto de confrarias, como a Confraria de Nossa Senhora, a que Bosch pertenceu até à sua morte. São os livros de contas desta mesma confraria que nos vai dar a informação mais concreta da vida e obra de Bosch, assim como a data exacta em que morre.

A adesão de Bosch à Confraria da Nossa Senhora fez-se por volta de 1486-87, porém desconhece-se grande parte da sua vida desde o seu nascimento até à entrada nesta congregação. Conjectura-se que tenha aprendido a actividade com o seu pai, Anthonius van Aken, e este, também pintor, por sua vez, tenha aprendido com o seu pai, avô de Bosch, Jan van Aken. O apelido desta geração de pintores indica-nos a proveniência destes da Alemanha, e no início do século XV vemos o avô de Bosch a estabelecer-se em s’Hertogenbosch. A primeira referência segura desta família na cidade é em 1430-31, exactamente do avô de Bosch, que vai falecer nesta mesma em 1454.

A rondar a data da morte do seu pai, Bosch casa com Aleid van den Meervenne, provavelmente alguns anos mais velha que ele e portadora de uma grande fortuna, que o leva a ascender a uma vida social bastante confortável. Aleid morreu em 1531, quinze anos depois da morte do seu marido, e devido ao estatuto do seu marido na Confraria da Nossa Senhora, teve direito um ofício fúnebre realizado na capela da Confraria.

Em relação à sua obra, Bosch faz vários trabalhos para a Confraria da Nossa Senhora, exigindo modestos pagamentos. Em 1480-81, o livro de conta mostra a encomenda de dois painéis, em 1493-94, um vitral, em 1511-12, um crucifixo, e em 1512-13 um candelabro. Em 1488, consegue entrar para a Confraria, estando cada vez mais envolvido na irmandade, onde conheceu figuras importantes que o acompanharam durante a sua vida: o arquitecto e gravador Alaert Du Hameel, que dirigiu as obras da Catedral de São João e gravou muitos desenhos de Bosch, e Jacob van Almaengien, uma personagem de inspiração na obra de Bosch.

Só uma encomenda é conhecida, a de Filipe, O Belo, duque de Borgonha, em 1504. Segundo o documento encontrado nos arquivos de Lyon, a obra devia apresentar o Juízo Final, o Paraíso e o Inferno. Recebeu por esta obra trinta e seis libras. Infelizmente, esta obra perdeu-se e não chegou até nós.

Daniela Vicente

Título: Vida e obra de Hieronymus Bosch

Autor: Daniela Vicente (todos os textos)

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Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

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Tema: Literatura
Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal\"Rua
Gertrude Stein foi uma escritora de peças de teatro, de peças de opera, de ficção, de biografia e de poesia, nascida nos Estados Unidos da América, e escreveu a Autobiografia de Alice B. Toklas, vestindo a pele, e ouvindo pela viva voz da sua companheira de 25 anos de vida, os relatos da historia de ambas, numa escrita acessível, apresentando situações caricatas ou indiscretas de grandes vultos da arte e da escrita da sua época. Alice B. Toklas foi também escritora, apesar de ter vivido sempre um pouco na sombra de Stein. Apesar de ambas terem crescido na Califórnia, apenas se conheceram em Paris, em 1907.


Naquela altura, Gertrude vivia há quatro anos com o seu irmão, o artista Leo Stein, no numero 27 da rue de Fleurus, num apartamento que se tinha transformado num salão de arte, recebendo exposições de arte moderna, e divulgando artistas que viriam a tornar-se muito famosos. Nestes anos iniciais em Paris, Stein estava a escrever o seu mais importante trabalho de início de carreira, Three Lives (1905).


Quando Gertrude e Alice se conheceram, a sua conexão foi imediata, e rapidamente Alice foi viver com Gertrude, tornando-se sua parceira de escrita e de vida. A casa, como se referiu atrás, tornou-se um local de reunião para escritores e artistas da vanguarda da época. Stein ajudou a lançar as carreiras de Matisse, e Picasso, entre outros, e passou a ser uma espécie de teórica de arte, aquela que descrevia os trabalhos destes artistas. No entanto, a maior parte das críticas que Stein recebia, acusavam-na de utilizar uma escrita demasiado densa e difícil, pelo que apenas em 1933, com a publicação da Autobiografia de Alice B. Toklas, é que o trabalho de Gertrude Stein se tornou de facto reconhecido e elogiado.


Alice foi o apoio de Gertrude, foi a dona de casa, a cozinheira, grande cozinheira aliás, vindo mais tarde a publicar algumas das suas receitas, e aquela que redigia e corrigia o que Gertrude lhe ditava. Assim, Toklas fundou uma pequena editora, a Plain Editions, onde publicava o trabalho de Gertrude. Aliás, é reconhecido nesta Autobiografia, que o papel de Gertrude, no casal, era o de marido, escrevendo e discutindo arte com os homens, enquanto Alice se ocupava da casa e da cozinha, e de conversar sobre chapéus e roupas com as mulheres dos artistas que visitavam a casa. Depois da morte de Gertrude, Alice continuou a promover o trabalho da sua companheira, bem como alguns trabalhos seus, de culinária, e um de memórias da vida que ambas partilharam.


Assim, este livro que inspirou o filme “Meia noite em Paris”, de Woody Allen, é um livro a não perder, já nas livrarias em Portugal, pela editora Ponto de Fuga.

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Liliana Félix Leite

Título:Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

Autor:Liliana Félix Leite(todos os textos)

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