Vida e obra de Hieronymus Bosch
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A adesão de Bosch à Confraria da Nossa Senhora fez-se por volta de 1486-87, porém desconhece-se grande parte da sua vida desde o seu nascimento até à entrada nesta congregação. Conjectura-se que tenha aprendido a actividade com o seu pai, Anthonius van Aken, e este, também pintor, por sua vez, tenha aprendido com o seu pai, avô de Bosch, Jan van Aken. O apelido desta geração de pintores indica-nos a proveniência destes da Alemanha, e no início do século XV vemos o avô de Bosch a estabelecer-se em s’Hertogenbosch. A primeira referência segura desta família na cidade é em 1430-31, exactamente do avô de Bosch, que vai falecer nesta mesma em 1454.
A rondar a data da morte do seu pai, Bosch casa com Aleid van den Meervenne, provavelmente alguns anos mais velha que ele e portadora de uma grande fortuna, que o leva a ascender a uma vida social bastante confortável. Aleid morreu em 1531, quinze anos depois da morte do seu marido, e devido ao estatuto do seu marido na Confraria da Nossa Senhora, teve direito um ofício fúnebre realizado na capela da Confraria.
Em relação à sua obra, Bosch faz vários trabalhos para a Confraria da Nossa Senhora, exigindo modestos pagamentos. Em 1480-81, o livro de conta mostra a encomenda de dois painéis, em 1493-94, um vitral, em 1511-12, um crucifixo, e em 1512-13 um candelabro. Em 1488, consegue entrar para a Confraria, estando cada vez mais envolvido na irmandade, onde conheceu figuras importantes que o acompanharam durante a sua vida: o arquitecto e gravador Alaert Du Hameel, que dirigiu as obras da Catedral de São João e gravou muitos desenhos de Bosch, e Jacob van Almaengien, uma personagem de inspiração na obra de Bosch.
Só uma encomenda é conhecida, a de Filipe, O Belo, duque de Borgonha, em 1504. Segundo o documento encontrado nos arquivos de Lyon, a obra devia apresentar o Juízo Final, o Paraíso e o Inferno. Recebeu por esta obra trinta e seis libras. Infelizmente, esta obra perdeu-se e não chegou até nós.
Veja na Rua Direita
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