Otelo Saraiva de Carvalho – Um Capitão de Abril
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Nasceu em Lourenço Marques a 31 de agosto de 1936 e deram-lhe o nome de Otelo Nuno Romão Saraiva de carvalho.
Casou ainda jovem (1960) com Dina Afonso de quem teve dois filhos.
Foi como capitão em Angola (1961 – 1963) que começou a refletir sobre a ditadura que ocorria em Portugal na altura. Sobre uma regime Salazarista, Otelo começava a pensar em liberdade.
Volta a Portugal em 1964 e é destacado para Águeda para dar aulas na Escola Central de Sargentos até 1968. Parte para a Guiné em 1970 onde se mantém como capitão até 1973.
Foi um dos maiores dinamizadores do movimento de consternação que viria a dar origem ao Movimento dos Capitães ou mais conhecido – Movimento das Forças Armadas (MFA). Por esta altura já as suas convicções associadas á sede de liberdade o faziam estudar de forma meticulosa a libertação de um povo que considerava com fome. Fome de comer, de justiça, de igualdade e de liberdade.
Foi o responsável máximo pela operação de Coordenação do MFA e dirigiu de forma meticulosa toda a operação que envolveu a revolução de abril.
Foi afastado de vários cargos conseguidos pós 25 de abril, por ser acusado de maus tratos e de ordens de prisão desmedidas.
Candidata-se com Vasco Lourenço como braço direito, às eleições presidenciais de 1976 e depois em 1980. Perdeu ambas para o general Ramalho Eanes.
Na década de 80 é acusado de ser o líder da organização terrorista FP25. É-lhe incutida a responsabilidade da morte de 17 pessoas. É preso por estes crimes em 1984. Por esta altura conhece a sua 2ª mulher com quem adotou uma filha.
Em 1985 foi julgado e condenado pelos crimes associados às FP25. Ficou em prisão preventiva durante 5 anos enquanto apresentava recursos, acabando por aguardar pelo julgamento em liberdade. A amnistia libertou-o em 1996.
Muito devido ás traições antigas de muitos que se diziam amigos, é hoje um homem sem eles, apesar de ser o centro das atenções em qualquer reunião ou festa.
Vive com as duas mulheres (em casas diferentes) e assume a bigamia sem qualquer problema ou preconceito. Considera que não triunfou nos seus objetivos com a revolução de abril, considera que não cumpriu o que criou no MFA. “Depois de 48 anos de ditadura o povo merecia elevar-se a nível social”.
Veja na Rua Direita
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