José Saramago, o português desterrado
O primeiro livro deste espetacular escritor, que eu adoro, foi publicado quando tinha apenas vinte e cinco anos, em 1947, intitulado a Terra do Pecado (quem dera a muitos). Para o escritor, este romance não passou do resultado de um conjunto de leituras mal realizadas, embora Saramago afirme que muitos tenham apreciado. Todavia, a sua verdadeira formação começou após a publicação deste livro, dedicando-se à leitura de obras de autores, como Camões, Eça de Queirós e Raul Brandão, outros três escritores também muito especiais. Até podemos dizer que Saramago é o Camões de outros tempos, pois também este foi desterrado. Tão irónico!
Relativamente aos prémios que recebeu, José Saramago afirma «Não é importante. (…) Eu atrevi-me algumas vezes a dizer que o Prémio Nobel é uma invenção diabólica; e a verdade é que não me custa nada repeti-lo. (…) Não estou a dizer com isto que o Prémio Nobel ou o Prémio Camões não me interessam nada».
E eu, mais uma vez, estou do lado de Saramago, pois são nos conta meias verdades, desculpando-se com meias mentiras. Que sentido isto faz?