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D. Afonso VI, o Vitorioso da Restauração

Categoria: Biografias
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D. Afonso VI, o Vitorioso da Restauração

D. Afonso VI, o Vitorioso, nasceu a 21 de Agosto de 1646, em Lisboa, filho de D. João IV com D. Luísa Francisca de Gusmão (filha do duque de Medina-Sidónia). Era irmão da conhecida Catarina de Bragança, Rainha de Inglaterra, esposa de Carlos II de Inglaterra. Foi D. Catarina que introduziu o hábito de tomar chá na Inglaterra.

O infante D. Afonso nasceu segundo filho varão, logo não era suposto ser rei. Contudo, o seu irmão, o príncipe D. Teodósio, faleceu a 13 de Maio de 1653, e o seu pai, logo a seguir com 52 anos, a 6 de Novembro de 1656. D. Luísa de Gusmão assumiu a regência, pois D. Afonso VI só tinha 13 anos, para além de revelar grande incapacidade, física e intelectual, para governar o país (15 de Novembro de 1656). Em criança, o infante padeceu de uma doença, que o paralisou do lado direito e o condicionou para o resto da vida em todos os sentidos.

A 21 de Agosto de 1662, D. Luísa de Gusmão deixou a regência, para desalento do reino. Entretanto. D. Afonso VI encontrou um aliado no 3º Conde Melhor, o homem que tirou a D. Luísa decididamente do seu caminho, enviando-a para o Convento dos Grilos. Acabou por falecer a 27 de Fevereiro de 1666.

Durante o seu reinado, D. Afonso VI restaurou o cargo de escrivão da puridade ou valido (foi uma época de valimento). Em Junho de 1665, Portugal ganhou aos espanhóis, finalmente, após 25 anos depois da Restauração na batalha de Montes Claros.

Amorosamente, D. Afonso VI interessou-se por D. Ana de Moura e D. Feliciana de Milão, duas freiras de Odivelas, mas veio casar por procuração com D. Maria Francisca Isabel de Sabóia, filha do duque de Nemours, três anos mais nova que este, a 27 de Junho de 1666. Chegou a Portugal a 29 de Agosto do mesmo ano. Este casamento teve prazo de validade de um ano, altura D. Maria Francisca pediu a nulidade do matrimónio, alegando que o rei não tinha qualquer intimidade consigo, e juntou-se ao irmão do rei, D. Pedro, futuro D. Pedro II, o Pacífico.

D. Afonso VI morreu a 12 de Setembro de 1683, no Paço de Sintra, onde foi encerrado.


Daniela Vicente

Título: D. Afonso VI, o Vitorioso da Restauração

Autor: Daniela Vicente (todos os textos)

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Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

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Tema: Literatura
Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal\"Rua
Gertrude Stein foi uma escritora de peças de teatro, de peças de opera, de ficção, de biografia e de poesia, nascida nos Estados Unidos da América, e escreveu a Autobiografia de Alice B. Toklas, vestindo a pele, e ouvindo pela viva voz da sua companheira de 25 anos de vida, os relatos da historia de ambas, numa escrita acessível, apresentando situações caricatas ou indiscretas de grandes vultos da arte e da escrita da sua época. Alice B. Toklas foi também escritora, apesar de ter vivido sempre um pouco na sombra de Stein. Apesar de ambas terem crescido na Califórnia, apenas se conheceram em Paris, em 1907.


Naquela altura, Gertrude vivia há quatro anos com o seu irmão, o artista Leo Stein, no numero 27 da rue de Fleurus, num apartamento que se tinha transformado num salão de arte, recebendo exposições de arte moderna, e divulgando artistas que viriam a tornar-se muito famosos. Nestes anos iniciais em Paris, Stein estava a escrever o seu mais importante trabalho de início de carreira, Three Lives (1905).


Quando Gertrude e Alice se conheceram, a sua conexão foi imediata, e rapidamente Alice foi viver com Gertrude, tornando-se sua parceira de escrita e de vida. A casa, como se referiu atrás, tornou-se um local de reunião para escritores e artistas da vanguarda da época. Stein ajudou a lançar as carreiras de Matisse, e Picasso, entre outros, e passou a ser uma espécie de teórica de arte, aquela que descrevia os trabalhos destes artistas. No entanto, a maior parte das críticas que Stein recebia, acusavam-na de utilizar uma escrita demasiado densa e difícil, pelo que apenas em 1933, com a publicação da Autobiografia de Alice B. Toklas, é que o trabalho de Gertrude Stein se tornou de facto reconhecido e elogiado.


Alice foi o apoio de Gertrude, foi a dona de casa, a cozinheira, grande cozinheira aliás, vindo mais tarde a publicar algumas das suas receitas, e aquela que redigia e corrigia o que Gertrude lhe ditava. Assim, Toklas fundou uma pequena editora, a Plain Editions, onde publicava o trabalho de Gertrude. Aliás, é reconhecido nesta Autobiografia, que o papel de Gertrude, no casal, era o de marido, escrevendo e discutindo arte com os homens, enquanto Alice se ocupava da casa e da cozinha, e de conversar sobre chapéus e roupas com as mulheres dos artistas que visitavam a casa. Depois da morte de Gertrude, Alice continuou a promover o trabalho da sua companheira, bem como alguns trabalhos seus, de culinária, e um de memórias da vida que ambas partilharam.


Assim, este livro que inspirou o filme “Meia noite em Paris”, de Woody Allen, é um livro a não perder, já nas livrarias em Portugal, pela editora Ponto de Fuga.

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Liliana Félix Leite

Título:Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

Autor:Liliana Félix Leite(todos os textos)

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