Almeida Garret
Na adolescência foi viver para os Açores, na Ilha Terceira, quando as tropas francesas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal e onde era instruído pelo tio, D. Alexandre, bispo de Angra. Em 1816 seguiu para Coimbra, onde se matriculou no curso de Direito. Em 1821 publicou O Retrato de Vénus, trabalho que lhe custou um processo por ser considerado materialista, ateu e imoral. E neste mesmo ano que ele e sua família passam a usar o apelido de Almeida Garrett.
Em 1823, após a subida ao poder dos absolutistas, é obrigado a exilar-se em Inglaterra onde inicia o estudo do romantismo (inglês), movimento artístico-literário então já dominante na Europa. Regressa em 1826 e passa a participar na vida política, mas tem de exilar-se novamente em Inglaterra em 1828, depois da contrarrevolução de D. Miguel. Em 1832, na Ilha Terceira, incorpora-se no exército liberal de D. Pedro IV e participa no cerco do Porto. Exerceu funções diplomáticas em Londres, em Paris e em Bruxelas.Após a Revolução de setembro, em 1836 foi Inspetor Geral dos Teatros e fundou o Conservatório de Arte Dramática e o Teatro Nacional. Com a ditadura cabralista, em 1842, Garrett é posto à margem da política e inicia o período mais fecundo da sua produção literária. Durante a Regeneração, em 1851, recebe o título de visconde e é nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Falece em 1854, vítima de cancro, em Lisboa, na sua casa situada na atual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique.
Ele escreveu uma série de poemas, entre eles: Hino Patriótico, poema, 1820, Ao corpo académico, poema, 1821, Retrato de Vénus, poema, 1821, Camões, poema, 1825, Dona Branca ou a Conquista do Algarve, poema, 1826 (pseud. de F. E.), Adozinda, poema, 1828, Lyrica de João Mínimo, 1829, Miragaia, poesia, 1844, Flores sem Fruto, poesia, 1845, Os Exilados, À Senhora Rossi Caccia, poesia, 1845, Folhas Caídas, poesia. Rio de Janeiro e depois Lisboa, 1853 e Camões, poema. 4ª ed. revista, com estudo de Camilo Castelo Branco. Porto, 1854.