Allan Kardec
Nascido em família francesa católica e rica, sempre se mostrou com vocação para a ciência e para a filosofia. Estudou na Suíça, onde se formou em ciências e letras. Só voltou a França aos dezoito anos, quando terminou seus estudos. Lançou diversos livros sobre educação e ciências. Além disso, também era um estudioso do magnetismo, modalidade que se tornava cada vez mais comum na França da época.
Até quando ouviu falar dos fenômenos que ficaram conhecido como "mesas girantes". Experiências eram feitas em que se perguntavam as mesas coisas da vida, como quando iria se casar, ou se deveria fazer isso ou aquilo. As mesas "respondiam" com pancadas, por exemplo, uma pancada era "sim", e duas era "não". Logo que soube desses fenômenos, ele raciocinou que o magnetismo era capaz realmente de fazer coisas se moverem, mas dar inteligência a uma mesa era ridículo em sua opinião. Por esse motivo, manteve-se cético ao assunto por muito tempo, até que foi convidado por um amigo magnetizador a frequentar uma dessas sessões. Ele ficou chocado com o que viu, não podia acreditar, com sua razão, que o magnetismo poderia dar vida às mesas, que batiam e corriam para todos os lados, dando demonstrações de uma inteligência comandante. A maioria das pessoas da época viam nesses fenômenos um entretenimento, distração, viam apenas seu lado material; mas Kardec via além, pois cogitava estudar tanto o fenômeno em si, como a sua parte filosófica. Junto de outros amigos, que participavam também dessas sessões, para aplicar os feitos, mas quase totalmente só no planejamento, desenvolveu e melhorou diversas formas de comunicação, entre essas, ficou mais conhecido o uso de cestas com um lápis na borda para escrever, que era bem mais fácil de se obter bons resultados do que com as chamadas "mesas girantes", que por serem pesadas, não poderiam dar comunicações longas. Depois também desenvolveu métodos mediúnicos de comunicação, como a psicografia.
Foi assim que Kardec viu além dos demais, não cogitava mais no poder magnético sobre as mesas, pelas comunicações que obtinha, soube que elas vinham de inteligência humanas desencarnadas, que se comunicavam conosco. Numa dessas sessões, um espírito lhe falou de sua missão, da missão de codificar a doutrina dos espíritos e transmiti-la ao mundo. Foi assim que ele lançou O Livro dos Espíritos, O livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
Seu nome verdadeiro era Hippolyte Léon Denizard Rivail, sendo Allan Kardec apenas seu pseudônimo. Segundo os espíritos, em encarnação passada esse teria sido seu nome, quando ele era um druida da Gália. Foi necessário não usar seu nome verdadeiro, pois para não confundir suas obras doutrinárias com suas obras científicas e educacionais que a precederam.
Talvez muito poucos homens tivessem conseguido fazer o que ele fez, por isso ele era um homem especial. Dedicou sua vida ao espiritismo e sua publicação. Hoje ele não é adorado, pois não foi essa doutrina que ele pregou, apenas Deus é adorado, mas seu nome e suas obras ficarão para sempre na história da humanidade, como o início de uma grande mudança no nosso modo de pensar.