Os Mundos de Patrício
Era mais um dia quente de verão. Patrício tinha acordado com dor de cabeça novamente. A sua cabeça pesava mais do que esperava. Tentou se mexer, mas não o conseguia, não havia jeito. O que poderia ter acontecido? Sentia as pernas, os braços e qualquer outra extremidade do corpo. Mas não dava para sair da cama. A sua cabeça! Poderia ser essa a explicação? Apalpou a sua testa, transpirava fortemente, e as suas veias quase saiam. Ela parecia ter amplificado de noite para o dia. Era realmente muito estranho.
Infelizmente Patrício estava sozinho. Não se podia mexer. Tentou mais uma vez sair dali, mexeu o seu agora enorme crânio, mas este mal saiu do sítio. Patrício sentia-se desesperado, para piorar a sua enorme dor de cabeça voltou, pior que nunca. Sentia o cérebro a tremer, o sangue a derramar do nariz, parecia que estava a ser torturado. A pouco-e-pouco, a sua energia desaparecia, o seu espirito deixava o corpo. Pela primeira vez experimentava a absoluta liberdade, era o mais próximo do que se podia chamar de espirito.
Levantava-se em direção aos céus, via tudo e todos. Já não tinha mais dor de cabeça, aliás sentia que já não tinha cabeça, crânio e cérebro. De facto o seu corpo já não existia, ele já não era nada, apenas a força cinética que existia, se é essa a explicação mais possível daquilo que ele se tornou. Sentindo que era capaz de ir a tudo, sem preso de forma corporal ou de inibições, avançou para aonde queria. E o sítio que ele mais desejava tratava-se nada mais que satisfazer as suas perversões. A vizinha, que nem sequer olhava para ele, era atraente dos seus olhos. Patrício era um pobre coitado que avaliava as pessoas pelo aspeto físico, acreditando que o exterior só podia trazer o amor verdadeiro, não o interior, era sem duvida bonita, mas talvez ela não fosse de tão bom coração, ou simplesmente tinha pouco tempo a perder com alguém tão distante como Patrício.
Atravessando as paredes, viu o seu corpo, era sem dúvida bem esculpido, mas parecia ter perdido o interesse de Patrício, ela não sentia qualquer prazer ou qualquer satisfação, não é que se sentisse mal pelo atrevimento, mas não sentia nada. Retirando-se foi a procura de outra coisa para fazer, para se distrair. Sentido a força toda do universo, fez uma fenda, a partir daí entrou por essa fenda e foi em busca do que poderia esconder lá dentro, todos os segredos do Cosmo seriam desvendados. Milhares de luzes expandiam dos seus olhos, conseguia presenciar a sensação de cair e saltar ao mesmo tempo, os seus sentidos tinham sido completamente transformados, não era o mesmo ser, a mesma criatura, encontrava-se de um outro mundo, não era este mundo, mas ele só o presenciava de maneira diferente. Indo pelo infinito do universo e talvez um bocadinho mais além, ele encontrava coisas que nunca se tinha apercebido. Conversas que tinha começado de maneira igual mas desviavam-se para maneiras diferentes. Não podia fechar os olhos, já não os tinha, mas ao mesmo tempo também não os podia fechar. Só poderia ser um sonho.
Sentindo-se pesado Patrício estava do seu quarto novamente, a sua cabeça já não parecia enorme, e já se podia levantar, então tinha sido tudo uma ilusão.
Novamente tinha voltado para ao fim do universo, que ilusão poderia ser esta, que tinha voltado ao mesmo sítio, fazendo um esforço enorme gritou
-PARA!
Tudo tinha parado as luzes ficaram estáticas, não caia mais, o túnel por onde ia não deixava o cair, agora tinha o que pensar, o que fazer a seguir? Já sabia, criar um novo mundo, e porque não? O mundo inteiro queixa-se deste. Patrício ia criar um novo mundo, mas este seria mais justo. Concentrando-se um novo mundo veio parar a sua deriva, sendo um ser sem carne e osso, e sentindo as coisas de maneira diferente, ele não sabia exatamente o que era sua deriva. No entanto assim o criou.
Para começar foi buscar a água, isto é juntando um balde proveniente do seu chuveiro, com este cheio, juntou a uma porção de terra do seu quintal, e voilá estava feito o seu novo mundo. Bem mais ou menos, faltava o essencial, seres vivos. A água e a terra por si só não chegavam, o que precisaria então para que pudesse surgir vida? As bactérias e quaisquer outros seres microscópicos já existem por todo o lado. Então provavelmente precisaria de algo maior, pós uma pequena planta, desconhecia a sua espécie, era uma planta apenas. Não tinha flor e com certeza não tinha fruto. Este ser vegetal, crescia lentamente, Patrício não tendo paciência fez com que a planta crescesse rapidamente ganhando os dois metros a planta caiu, demasiado pesada esta desfez-se libertando os seus fluidos, esta parecia ser a altura perfeita para introduzir animais, ai pôs uns quantos búfalos. Mas isto não lhe chegava. Pensou que já que este era o seu mundo faria então à sua maneira, transformou o pelos dos búfalos em lilás, introduziu Cangurus com cabeça de girafas, pós um animal á terra que parecia um enorme coelho e chamou-lhe de Reemp, continuando assim tinha um jardim zoológico deveres estrambólico mas precisava agora precisava mais de terra, o seu mundo era pequeno para tantos habitantes, por isso expandiu, acrescentou montanhas, oceanos etc. O seu mundo parecia enorme e vasto, mas agora faltava uma coisa, vida inteligente. Ia criar novamente humanos? Ele já o fora em tempos…
Estava do seu quarto, reparou que voltou ao seu estado normal, não podia ser, ela não podia ser um humano novamente, tinha que simplesmente recusar, mas como? Tentou visualizar o que era antes, não poderia ser um sonho novamente! Tinha que voltar, voltar e ficar lá para sempre! O estado de pânico estava-se a apoderar dele (seus olhos fechavam-se rapidamente).
…fora mas já não o quisera ser mais. Acreditava que o melhor a fazer era criar criaturas diferentes dos seres humanos. Decidiu tentar e experimentar, pensou que se calhar criava uma espécie só de mulheres só para satisfazer o seu lado mais perverso, mas viu que era desnecessário, preferiu criar uma espécie que era composta por larvas, achava que eram interessantes. Esta espécie tinha uma cultura organizada a alto nível, de facto eram governadas sobre uma estrutura hierárquica. Em cima estava o Governante Supremo, em baixo vinha o Lideres Militares, Chefes de Moralidade, Negociantes depois estava os comuns operários e qualquer outro que não ficasse entre estas colunas. Este povo tinha mudado tanto fisicamente, como psicologicamente como socialmente, já mil anos de história tinham sido escritos, houve várias guerras, vários acordos de paz, várias conquistas, surpreendentemente este povo era guerreiro, não havia tempo para o mundo da ficção, nem para qualquer outro prazer medíocre, era bom e era mau, consoante a opinião de cada um. Infelizmente esta espécie levou-se à extinção, acabaram mortos com uma doença que nunca se percebeu bem, consta-se que ela nasceu do desuso de criar boas condições, constantemente em guerra, coisas como a higiene e segurança própria foram sido esquecidas, concentrando-se da seleção natural de quem é o mais forte, eventualmente sem cuidados todos ficaram fracos.
O Sono pesava a Patrício, sentia-se cansado depois ter visto mil anos de uma civilização, decidiu então dormir, algo que pensava já não ser mais capaz. Acordando do seu estado sonâmbulo, reparou que se encontrava do seu quarto, espetado do chão, não conseguia tirara da cabeça o desejo de voltar para aonde estava o sono tinha apodera dele, e queria estar de volta são e salvo. Mas as energias e força de vontade faltavam. Sono era aquilo que mais precisava agora.
Ao acordar sentiu novamente cheio de energia. Tinha voltado ao seu corpo, perguntava-se quando podia voltar ao seu mundo artificial. Curiosamente nunca lhe deu o nome, nem os seus habitantes deram importância a isso. Tentou meditar. Esperando se libertar do corpo. Perguntava se o que estava a presenciar seria a realidade, afinal lembrava-se do início disto tudo ele ter uma cabeça enorme. Agora a sua cabeça estava normal lentamente começou a ser puxado para baixo, a sua cabeça enorme voltou. Ele tinha voltado ao estado normal, ele era novamente a aberração de que sempre foi. Ou aliás que tinha sido à bocado, chegou a conclusão que consegui influenciar todas as realidades, então em pouco tempo a sua cabeça voltou ao estado natural. Apercebendo-se disso, decidiu fazer umas mudanças.
A realidade de Patrício, ficou ligeiramente diferente, apesar de haver telemóveis, computadores e coisas desse género, mas outras coisas parece que regrediram, como por exemplo a moda parecia ter saído da década de 50, com aquelas boinas, bigodes pontiagudos. Eram um paraíso para muitos que experienciaram esta década. Mas como é óbvio, nem todos ficam satisfeitos, por isso houve manifestações desta nova moda de ser, em resposta Patrício, aniquilou-os a todos da existência. As notícias foram rápidas, e muitas teorias surgiam de aonde tinha vindo tal força. Havia sugestão que era obra de Deus, obra do Diabo, obra da Ciência, obra de nós mesmos, obra da natureza era de qualquer coisa enfim. Patrício sabia a verdade e não aguentava mais esta tensão desejava apenas voltar para o seu mundo. Concentrando-se assim o foi.
O seu mundo estava morto. Tinha o abandonado, as terras áridas, os oceanos secos, este mundo desapareceu por completo. Patrício sentou-se do seu mundo morto, a pensar. Depois de mais mil anos, decidiu que estava da hora de partir, abrindo uma fenda do tempo e do espaço como tinha feito anteriormente, foi em direção a tentar descobrir os significados do universo. Vindo várias de milhares de coisas, tudo para ele era fascinante, de facto impossível de descrever o que quer que fosse, presenciar era o que apenas podia ser feito, senti-lo. “Não há melhor sensação que isto” pensou ele. A realidade partia-se ao meio, rachava-se completamente, a sua viagem destruía a fábrica do universo, a substancia do cosmos dissipava-se. Em breve mundos deixariam existir, a existência acabava-a, não haveria mais nada. Patrício não conseguia parar a sua jornada, não queria saber se o mundo ia ser destruído. Só queria que a sua viagem nunca terminasse. Para sempre, sentido o seu espirito atravessar por tudo. Corpos, terra, agua, energia, alma, força, emoção, amor, ódio, morte, vida… Tudo tinha-lhe passado por si. Era só sensações, mais nada, mas também havia pouco que pudesse dar mais significado. Começava a deslocar-se de tudo, não havia mundo para aonde ir. O seu espirito era inexistente agora. Só restava ele, o mundo fora engolido por destruição. Encontrava-se ele sozinho do meio de tudo, do meio do nada. Via absoluta escuridão, mas não era uma escuridão assustadora, mas sim aconchegadora. Podia dormir dentro dela, em cima dela, o que interessava era que tinha achado paz, uma paz que nunca tinha desvendado antes, parecia que finalmente tudo se encaixava. Era só ele e a pura escuridão. Mas a escuridão não era infinita, uma luz começou a erguer-se, essa luz inundou Patrício, banhado dessa luz viu a sua preciosa escuridão a desaparecer, rejeitava a luz, trazia demasiada dor. Os seus olhos cegaram, não podia aguentar com esta luz branca. Fugindo não sabia por quanto tempo aguentava, não podia deixar de ser consumido pela luz eterna, Patrício também era eterno, não queria ser sugado por algo que não compreendia.
Os seus olhos abriram para algo diferente, estava num mundo estranho, via búfalos lilás, cangurus com cabeça de girafas e um enorme animal que se parecia com um coelho. Estava do seu mundo novamente, explorando-o achou uma das criaturas inteligentes que criou, que era constituído por lavras, como se tivesse sido cozido para que as larvas não saíssem do corpo. Via esta criatura desesperada, comunicava por uma linguagem que só Patrício conseguia perceber.
-Porque? Porque nos deixaste deste mundo abominável? Qual foi a razão de nos fazeres? “Nem eu sei a resposta” pensou Patrício. Pelos vistos este mundo não era lá muito diferente do seu mundo original. Sentia-se destroçado, seria obrigado a ver a sua civilização a cair mais uma vez? De facto lembrava-se que nunca lhe tinha dado atenção quase nenhuma, era tão estranho. Pôs se a vaguear pelo mundo fora, o seu antigo mundo. Viu um pequeno laguinho, era tão cristalino, via que não continha vida alguma, era só simplesmente pura água, mandou-se a essa água então. Nunca aquela água soube tão bem, começou a sentir a água subir, já estaria da hora de sair dela, mas quando foi para sair dela a água começou a engoli-lo, tentou o melhor que pode para fugir dela, mas simplesmente esta não parava, não via mais as margens a água apanhou-o seu corpo por inteiro, o ar rapidamente fugia. Daquele instante Patrício morreu do seu próprio mundo. O mundo que ele tinha criado com tanto carinho, mas depois desprezou-o, talvez isto fosse mais um sonho. Porque é que de inicio a sua cabeça era enorme como uma abóbora? Nem eu sei a resposta…
Fim.
Infelizmente Patrício estava sozinho. Não se podia mexer. Tentou mais uma vez sair dali, mexeu o seu agora enorme crânio, mas este mal saiu do sítio. Patrício sentia-se desesperado, para piorar a sua enorme dor de cabeça voltou, pior que nunca. Sentia o cérebro a tremer, o sangue a derramar do nariz, parecia que estava a ser torturado. A pouco-e-pouco, a sua energia desaparecia, o seu espirito deixava o corpo. Pela primeira vez experimentava a absoluta liberdade, era o mais próximo do que se podia chamar de espirito.
Levantava-se em direção aos céus, via tudo e todos. Já não tinha mais dor de cabeça, aliás sentia que já não tinha cabeça, crânio e cérebro. De facto o seu corpo já não existia, ele já não era nada, apenas a força cinética que existia, se é essa a explicação mais possível daquilo que ele se tornou. Sentindo que era capaz de ir a tudo, sem preso de forma corporal ou de inibições, avançou para aonde queria. E o sítio que ele mais desejava tratava-se nada mais que satisfazer as suas perversões. A vizinha, que nem sequer olhava para ele, era atraente dos seus olhos. Patrício era um pobre coitado que avaliava as pessoas pelo aspeto físico, acreditando que o exterior só podia trazer o amor verdadeiro, não o interior, era sem duvida bonita, mas talvez ela não fosse de tão bom coração, ou simplesmente tinha pouco tempo a perder com alguém tão distante como Patrício.
Atravessando as paredes, viu o seu corpo, era sem dúvida bem esculpido, mas parecia ter perdido o interesse de Patrício, ela não sentia qualquer prazer ou qualquer satisfação, não é que se sentisse mal pelo atrevimento, mas não sentia nada. Retirando-se foi a procura de outra coisa para fazer, para se distrair. Sentido a força toda do universo, fez uma fenda, a partir daí entrou por essa fenda e foi em busca do que poderia esconder lá dentro, todos os segredos do Cosmo seriam desvendados. Milhares de luzes expandiam dos seus olhos, conseguia presenciar a sensação de cair e saltar ao mesmo tempo, os seus sentidos tinham sido completamente transformados, não era o mesmo ser, a mesma criatura, encontrava-se de um outro mundo, não era este mundo, mas ele só o presenciava de maneira diferente. Indo pelo infinito do universo e talvez um bocadinho mais além, ele encontrava coisas que nunca se tinha apercebido. Conversas que tinha começado de maneira igual mas desviavam-se para maneiras diferentes. Não podia fechar os olhos, já não os tinha, mas ao mesmo tempo também não os podia fechar. Só poderia ser um sonho.
Sentindo-se pesado Patrício estava do seu quarto novamente, a sua cabeça já não parecia enorme, e já se podia levantar, então tinha sido tudo uma ilusão.
Novamente tinha voltado para ao fim do universo, que ilusão poderia ser esta, que tinha voltado ao mesmo sítio, fazendo um esforço enorme gritou
-PARA!
Tudo tinha parado as luzes ficaram estáticas, não caia mais, o túnel por onde ia não deixava o cair, agora tinha o que pensar, o que fazer a seguir? Já sabia, criar um novo mundo, e porque não? O mundo inteiro queixa-se deste. Patrício ia criar um novo mundo, mas este seria mais justo. Concentrando-se um novo mundo veio parar a sua deriva, sendo um ser sem carne e osso, e sentindo as coisas de maneira diferente, ele não sabia exatamente o que era sua deriva. No entanto assim o criou.
Para começar foi buscar a água, isto é juntando um balde proveniente do seu chuveiro, com este cheio, juntou a uma porção de terra do seu quintal, e voilá estava feito o seu novo mundo. Bem mais ou menos, faltava o essencial, seres vivos. A água e a terra por si só não chegavam, o que precisaria então para que pudesse surgir vida? As bactérias e quaisquer outros seres microscópicos já existem por todo o lado. Então provavelmente precisaria de algo maior, pós uma pequena planta, desconhecia a sua espécie, era uma planta apenas. Não tinha flor e com certeza não tinha fruto. Este ser vegetal, crescia lentamente, Patrício não tendo paciência fez com que a planta crescesse rapidamente ganhando os dois metros a planta caiu, demasiado pesada esta desfez-se libertando os seus fluidos, esta parecia ser a altura perfeita para introduzir animais, ai pôs uns quantos búfalos. Mas isto não lhe chegava. Pensou que já que este era o seu mundo faria então à sua maneira, transformou o pelos dos búfalos em lilás, introduziu Cangurus com cabeça de girafas, pós um animal á terra que parecia um enorme coelho e chamou-lhe de Reemp, continuando assim tinha um jardim zoológico deveres estrambólico mas precisava agora precisava mais de terra, o seu mundo era pequeno para tantos habitantes, por isso expandiu, acrescentou montanhas, oceanos etc. O seu mundo parecia enorme e vasto, mas agora faltava uma coisa, vida inteligente. Ia criar novamente humanos? Ele já o fora em tempos…
Estava do seu quarto, reparou que voltou ao seu estado normal, não podia ser, ela não podia ser um humano novamente, tinha que simplesmente recusar, mas como? Tentou visualizar o que era antes, não poderia ser um sonho novamente! Tinha que voltar, voltar e ficar lá para sempre! O estado de pânico estava-se a apoderar dele (seus olhos fechavam-se rapidamente).
…fora mas já não o quisera ser mais. Acreditava que o melhor a fazer era criar criaturas diferentes dos seres humanos. Decidiu tentar e experimentar, pensou que se calhar criava uma espécie só de mulheres só para satisfazer o seu lado mais perverso, mas viu que era desnecessário, preferiu criar uma espécie que era composta por larvas, achava que eram interessantes. Esta espécie tinha uma cultura organizada a alto nível, de facto eram governadas sobre uma estrutura hierárquica. Em cima estava o Governante Supremo, em baixo vinha o Lideres Militares, Chefes de Moralidade, Negociantes depois estava os comuns operários e qualquer outro que não ficasse entre estas colunas. Este povo tinha mudado tanto fisicamente, como psicologicamente como socialmente, já mil anos de história tinham sido escritos, houve várias guerras, vários acordos de paz, várias conquistas, surpreendentemente este povo era guerreiro, não havia tempo para o mundo da ficção, nem para qualquer outro prazer medíocre, era bom e era mau, consoante a opinião de cada um. Infelizmente esta espécie levou-se à extinção, acabaram mortos com uma doença que nunca se percebeu bem, consta-se que ela nasceu do desuso de criar boas condições, constantemente em guerra, coisas como a higiene e segurança própria foram sido esquecidas, concentrando-se da seleção natural de quem é o mais forte, eventualmente sem cuidados todos ficaram fracos.
O Sono pesava a Patrício, sentia-se cansado depois ter visto mil anos de uma civilização, decidiu então dormir, algo que pensava já não ser mais capaz. Acordando do seu estado sonâmbulo, reparou que se encontrava do seu quarto, espetado do chão, não conseguia tirara da cabeça o desejo de voltar para aonde estava o sono tinha apodera dele, e queria estar de volta são e salvo. Mas as energias e força de vontade faltavam. Sono era aquilo que mais precisava agora.
Ao acordar sentiu novamente cheio de energia. Tinha voltado ao seu corpo, perguntava-se quando podia voltar ao seu mundo artificial. Curiosamente nunca lhe deu o nome, nem os seus habitantes deram importância a isso. Tentou meditar. Esperando se libertar do corpo. Perguntava se o que estava a presenciar seria a realidade, afinal lembrava-se do início disto tudo ele ter uma cabeça enorme. Agora a sua cabeça estava normal lentamente começou a ser puxado para baixo, a sua cabeça enorme voltou. Ele tinha voltado ao estado normal, ele era novamente a aberração de que sempre foi. Ou aliás que tinha sido à bocado, chegou a conclusão que consegui influenciar todas as realidades, então em pouco tempo a sua cabeça voltou ao estado natural. Apercebendo-se disso, decidiu fazer umas mudanças.
A realidade de Patrício, ficou ligeiramente diferente, apesar de haver telemóveis, computadores e coisas desse género, mas outras coisas parece que regrediram, como por exemplo a moda parecia ter saído da década de 50, com aquelas boinas, bigodes pontiagudos. Eram um paraíso para muitos que experienciaram esta década. Mas como é óbvio, nem todos ficam satisfeitos, por isso houve manifestações desta nova moda de ser, em resposta Patrício, aniquilou-os a todos da existência. As notícias foram rápidas, e muitas teorias surgiam de aonde tinha vindo tal força. Havia sugestão que era obra de Deus, obra do Diabo, obra da Ciência, obra de nós mesmos, obra da natureza era de qualquer coisa enfim. Patrício sabia a verdade e não aguentava mais esta tensão desejava apenas voltar para o seu mundo. Concentrando-se assim o foi.
O seu mundo estava morto. Tinha o abandonado, as terras áridas, os oceanos secos, este mundo desapareceu por completo. Patrício sentou-se do seu mundo morto, a pensar. Depois de mais mil anos, decidiu que estava da hora de partir, abrindo uma fenda do tempo e do espaço como tinha feito anteriormente, foi em direção a tentar descobrir os significados do universo. Vindo várias de milhares de coisas, tudo para ele era fascinante, de facto impossível de descrever o que quer que fosse, presenciar era o que apenas podia ser feito, senti-lo. “Não há melhor sensação que isto” pensou ele. A realidade partia-se ao meio, rachava-se completamente, a sua viagem destruía a fábrica do universo, a substancia do cosmos dissipava-se. Em breve mundos deixariam existir, a existência acabava-a, não haveria mais nada. Patrício não conseguia parar a sua jornada, não queria saber se o mundo ia ser destruído. Só queria que a sua viagem nunca terminasse. Para sempre, sentido o seu espirito atravessar por tudo. Corpos, terra, agua, energia, alma, força, emoção, amor, ódio, morte, vida… Tudo tinha-lhe passado por si. Era só sensações, mais nada, mas também havia pouco que pudesse dar mais significado. Começava a deslocar-se de tudo, não havia mundo para aonde ir. O seu espirito era inexistente agora. Só restava ele, o mundo fora engolido por destruição. Encontrava-se ele sozinho do meio de tudo, do meio do nada. Via absoluta escuridão, mas não era uma escuridão assustadora, mas sim aconchegadora. Podia dormir dentro dela, em cima dela, o que interessava era que tinha achado paz, uma paz que nunca tinha desvendado antes, parecia que finalmente tudo se encaixava. Era só ele e a pura escuridão. Mas a escuridão não era infinita, uma luz começou a erguer-se, essa luz inundou Patrício, banhado dessa luz viu a sua preciosa escuridão a desaparecer, rejeitava a luz, trazia demasiada dor. Os seus olhos cegaram, não podia aguentar com esta luz branca. Fugindo não sabia por quanto tempo aguentava, não podia deixar de ser consumido pela luz eterna, Patrício também era eterno, não queria ser sugado por algo que não compreendia.
Os seus olhos abriram para algo diferente, estava num mundo estranho, via búfalos lilás, cangurus com cabeça de girafas e um enorme animal que se parecia com um coelho. Estava do seu mundo novamente, explorando-o achou uma das criaturas inteligentes que criou, que era constituído por lavras, como se tivesse sido cozido para que as larvas não saíssem do corpo. Via esta criatura desesperada, comunicava por uma linguagem que só Patrício conseguia perceber.
-Porque? Porque nos deixaste deste mundo abominável? Qual foi a razão de nos fazeres? “Nem eu sei a resposta” pensou Patrício. Pelos vistos este mundo não era lá muito diferente do seu mundo original. Sentia-se destroçado, seria obrigado a ver a sua civilização a cair mais uma vez? De facto lembrava-se que nunca lhe tinha dado atenção quase nenhuma, era tão estranho. Pôs se a vaguear pelo mundo fora, o seu antigo mundo. Viu um pequeno laguinho, era tão cristalino, via que não continha vida alguma, era só simplesmente pura água, mandou-se a essa água então. Nunca aquela água soube tão bem, começou a sentir a água subir, já estaria da hora de sair dela, mas quando foi para sair dela a água começou a engoli-lo, tentou o melhor que pode para fugir dela, mas simplesmente esta não parava, não via mais as margens a água apanhou-o seu corpo por inteiro, o ar rapidamente fugia. Daquele instante Patrício morreu do seu próprio mundo. O mundo que ele tinha criado com tanto carinho, mas depois desprezou-o, talvez isto fosse mais um sonho. Porque é que de inicio a sua cabeça era enorme como uma abóbora? Nem eu sei a resposta…
Fim.