Ordens mendicantes
Estas ordens distinguiam-se das anteriores que se tinham estabelecido em Portugal, pois não viviam da dízima, nem das doações e não cultivavam o culto das relíquias, prática muito comum nesta altura na Europa. Eles viviam das esmolas dos cristãos, principalmente, os Franciscanos, pois os Dominicanos viviam do apoio das elites da sociedade.
Os Dominicanos foram criados para combater os cátaros, enquanto que os Franciscanos queriam apenas espalhar a paz e a harmonia e missionar os muçulmanos e os cristãos pobres. Os Dominicanos eram os mais intelectuais, convertiam pela razão e pelo confronto didáctico com os hereges.
Os Franciscanos foram aqueles que tiveram mais dificuldade em integrar-se na sociedade, sendo expulsos pelas instituições pré-existentes, que não queriam concorrência. Até inícios do século XV, a implantação dos medicantes estava associada a movimentos de resistência activa.
Em Portugal, o modelo mendicante mais comum tem grandes semelhanças com a igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar, e irá ser copiado em quase todas as igrejas das crescentes ordens e na maior parte das igrejas paroquiais, entre o século XIII e inícios do século XVI. O modelo mais comum consiste numa cabeceira com remate poligonal, cruzamento em ogivas simples e três capelas, três naves escalonadas, na iluminação directa pelo clerestório da nave e naves com três, cinco ou sete tramos com cobertura de madeira. Os pilares das arcadas têm secção reduzida, colunas embebidas nas faces longitudinais e são espaçadas entre si. Estes são simples pois não têm tecto abobadado ao contrário do que acontece, por exemplo em Alcobaça. Não possuem torres, apenas campanários de dimensões modestas. A altura do edifício, regra geral, é relativamente pequena. As igrejas góticas totalmente abobadas são extremamente raras, apenas nas catedrais, grandes mosteiros ou igreja de financiamento régio.