Mosteiro da Batalha, o marco da vitória
O Mosteiro da Batalha serviu de panteão para D. João I e para a sua família, sendo uma obra que demonstra grande capacidade financeira, ou seja, é uma obra de propaganda do poder régio. A arca destinada a albergar os corpos de D. Filipa (filha do duque de Lencastre, D. João de Gant e de D. Branca de Lencastre) e D. João I tinha uma tampa com um duplo jacente, mostra os dois esposos alinhados, um ao lado do outro e de mão dada. D. João I repousa a cabeça em cima de uma dupla almofada e veste um tabardo ornamentado com as armas do reino, ou seja, foi representado como guerreiro. Para além da coroa na cabeça, o monarca ostenta na mão esquerda um ceptro adornado com as armas nacionais. D. Filipa de Lencastre foi retratada igualmente coroada, com vestido comprido decotado e manto preso por firmal. O prestígio destes monarcas conjugado com este tipo de novidade de monumento levou a que se difundisse o modelo deste jacente, como é o caso de D. Duarte e D. Leonor, sepultados também neste mesmo mosteiro, nas Capelas Imperfeitas. O túmulo deve ter sido criado entre 1438, data da morte do monarca, e 1445, data da morte de D. Leonor, e esteve algum tempo na capela-mor à espera de ser depositado nas Capelas Imperfeitas, que ainda não estavam concluídas.