Mais uma interpretação da Última Ceia
A mesa pintada por Leonardo da Vinci era comprida e estreita, igual àquela que os monges de Santa Maria delle Grazie tomavam as suas refeições. Também a toalha branca que cobre a mesa era parecida com a que os monges usavam.
Estão treze pessoas sentadas à mesa, em que se destaca Jesus Cristo, ao centro, e os doze apóstolos, ao seu lado. Leonardo retratou o momento após Jesus Cristo anunciar que um dos seus discípulos sentados à mesa com ele o vai trair.
Iconográficamente, Jesus Cristo encontra-se com os braços abertos, com uma expressão facial e corporal de tranquilidade, harmonia e calma, formando o eixo central da composição. A janela central que se encontra atrás deste mostra um arco redondo, interpretado por muitos como uma auréola.
Os apóstolos agrupam-se em quatro grupos de três, seis à direita e seis à esquerda de Cristo. Da esquerda para a direita encontra-se: no primeiro grupo, Bartolomeu, Tiago Menor e a André, no segundo a Judas Iscariotes, Pedro e João, no terceiro Tomé, Tiago Maior e Filipe e no quarto grupo estão Mateus, Simão e Zelote. Atrás deles vê-se três janelas abertas para o mundo lá fora.
Leonardo da Vinci teve uma enorme preocupação com os elementos que intervêm na iconografia das personagens. Ele elaborava mentalmente ao pormenor a sua personagem e começava uma busca por sítios onde pudesse encontrar o modelo mais adequado ao que idealizou. Quando o encontrava, observava-o atentamente de uma forma a retirar todos elementos que o caracterizam para aplicá-los na personagem. A representação do carácter através da alma e do corpo era muito importante para o pintor. O «Quem é?» é uma pergunta que deve ser respondida com veracidade