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As Tentações de Santo Antão ao pormenor

Categoria: Arte
As Tentações de Santo Antão ao pormenor

No reverso dos volantes, com o tríptico fechado, o pintor apresenta-nos duas cenas do Ciclo da Paixão facilmente reconhecidas, como a Prisão de Cristo e o Caminho do Calvário.

No painel da esquerda, em primeiro plano, está presente a violência de São Pedro sobre o soldado Malco, que deixa cair uma lanterna e um chicote peculiar, que é possível ver no Caminho do Calvário surgindo do meio da multidão, talvez de um soldado. Ao fundo, Cristo é derrubado pelos soldados e vemos Judas, no lado esquerda da composição, a fugir. Em cima de um rochedo, damos especial realce ao cálice, o símbolo da Paixão, que contrasta com um fundo escuro recortado por uma lua crescente. A paisagem da Flandres, como em muitos quadros de Bosch, está presente no horizonte, numa aparente calma, enquanto Cristo enfrenta uma multidão escarnecedora.

No painel da direita, a cena principal descreve o encontro entre Cristo e Santa Verónica a caminho do Calvário. Esta oferece-lhe o sudário, enquanto Cireneu ajuda Cristo a suportar a cruz. Em primeiro plano, a confissão do Bom Ladrão a um sacerdote, na presença de um guarda. Ao fundo, novamente, a Flandres com a sua paisagem plana, pacata e calma.

O cinzento aparente tranquilo por fora, transporta-nos para um belo colorido por dentro, onde as tentações de Santo Antão são vividas com grande intensidade por um conjunto de seres malignos, inseridos nos quatros elementos do Universo: Céu (Ar), Terra, Água e Fogo.
No painel da esquerda, vemos Santo Antão no Céu. Foi levado por demónios, que o cercam, assim como outros seres malignos, culminando na cena principal desta composição: Santo Antão inconsciente é levado em braços, curvado e ferido, por cima de uma ponte de madeira, com a ajuda dos dois monges da Ordem Antonina e de uma terceira figura que lembra o auto-retrato de Jerónimo Bosch.

No caminho em frente a Santo Antão, um bando de diabos, os falsos prelados e eclesiásticos, conduzem-nos o olhar para uma figura masculina gigante ajoelhada, que sugere a entrada para o bordel. O «Gigantão» está ferido na testa por uma seta e grita com dores. À esquerda desta figura, temos arquitectura animal, através de uma espécie de lacrau com torre-minarete nas costas, que engole pelas fauces um animal não identificado.

Em primeiro plano, está o patinador mensageiro, com um funil na cabeça, que patina sobre gelo; três monstros a conversar debaixo da ponte; e um ovo, possivelmente, simbolizando a semente do mal. A ave sobre ovo engole um sapo.

Ao fundo, uma paisagem marítima contrasta com as montanhas e um céu esverdeado, onde um falso farol atrai barcos para a destruição .

No painel central, cenas infernais convergem para o santo, ajoelhado em frente a uma torre em ruínas, atento ao observador, ignorando, assim, as tentações que o rodeiam. Em sinal de bênção, Santo Antão obriga o observador a desviar o seu olhar para o interior sombrio do edifício, onde está Cristo em duas vertentes: em imagem e de carne e osso, onde este também ergue o mesmo gesto de bênção.

Atrás do santo, um par amável, com trajes requintados, pôs uma mesa e oferece aos convidados as suas iguarias. O homem tem uma tiara de fantasia, a mulher está vestida de branco e os convidados são diversos: um músico com focinho de porco, vestido de preto, com um mocho pousado na cabeça e um cão preso por uma trela. Este ajoelha-se em frente a uma figura negra, que serve numa bandeja um sapo de pé segurando um ovo na horizontal. Atrás desta figura, está um coxo, com perna de pau, apoiada num tripé, marreco e com uma cauda. É músico pelo instrumento que traz no cinto e vem acompanhado por dois cães muito semelhantes, vestidos da mesma forma. Uma senhora, também muito bem vestida, com uma grande touca, oferece uma taça, com um líquido escuro, a uma velha monja em frente a ela. A torre onde estão estas personagens mostra algumas cenas bíblicas: Moisés a receber as Tábuas da Lei, adoração do bezerro de ouro e o regresso dos israelitas de Canaã, carregando um cacho de uvas.

Atrás, monstros estranhos caminham na direcção do plano central. Vemos uma velha com uma árvore oca na cabeça, segurando nas orelhas enormes de um diabo branco, que foi atingido por uma seta e a ferida já está a verter sangue. Em último lugar vem uma figura vestindo uma armadura de cavaleiro. Surgem elementos interessantes como a roda com membros arrancados aos condenados.

No lado direito, um mafarrico de óculos, acompanhado por dois monstros, seguem a leitura de um livro aberto, azul, com letras douradas. A seguir enumeramos as seguintes personagens: um jarro com pernas a verter água suja, um cavaleiro com asas abertas, cabeça de cardo, segura um falcão, e uma mulher com uma touca feita de árvore e cauda escamosa de lagarto carrega um bebé enrolado em panos e monta-se em cima de uma ratazana com um manto vermelho.

Mais em baixo, na água, um peixe-gôndola, engoliu um homem e agora as suas mãos saem do corpo deste e vê-se a sua cabeça. Da nau em forma de peixe, duas figuras apanham um peixe através de uma rede. Ainda em baixo, mas agora à esquerda, um crânio equino toca alaúde, em cima de um ganso depenado, com cabeça de ovelha e sapatos peculiares nos pés. Atrás deste, vários demónios, nomeadamente, uma mulher, de espada erguida na horizontal está dentro de um cesto suspenso por um galho frágil saem de um gigantesco e apetecível fruto, que se assemelha por um morango.

Ao centro, um pouco abaixo do santo, um mendigo, com um chapéu alto na cabeça, trajado de vermelho, segura no gancho com o pé direito um bastão. À sua frente está em um lenço branco estampado com um pé decepado.

No lado direito do painel central, uma ponte coberta liga a torre ao Palácio do Pecado, de forma oval, de onde saem chamas do ponto mais alto. Homens desnudos caem dentro da água suja, enquanto sobre a ponte uma mulher nua, ergue os braços. Ao lado desta, figuras da Igreja se divertem debaixo de uma tenda erguida por troncos de uma árvore fixa no edifício. Ao contrário do que acontece com a torre da fé, o Palácio do Pecado não mostra sinais de ruína.

Ao fundo, à esquerda, cavaleiros passam numa ponte para chegar à aldeia em chamas. No ar, fugindo do fogo, cegonhas e outros animais voam apressados.

No painel da direita, o santo está sentado, segurando um cajado e um livro, como se estivesse estado a ler. É confrontado com o pecado da carne, através da Rainha-Demónio nua que espreita através de uma árvore oca. Estamos perante o pecado da carne. Com a Rainha-Demónio, está a sua corte, um demónio-sapo e uma velha, estando entre estes a ocorrer uma cena: a velha deita numa taça, que o diabo-sapo lhe estende, um líquido, provavelmente, vinho. Ao lado, um anão disforme, sem braços, desloca-separa fora da cena dentro de um quadrado com rodas nos vértices.

Para desviar a atenção da mulher nua, Santo Antão depara-se com o pecado da Gula, através de uma mesa semi-coberta por uma toalha branca, com cerejas, pão e potes com pernas de porco. Esta encontra-se apoiada por homens nus, um deles, com uma espada na mão direita erguida para repelir o seu inimigo, um gato, que trespassa o seu pescoço com um punhal. Este está escondido debaixo da mesa, vendo-se apenas a cabeça e parte da mão esquerda; outro, apoiado em muletas, contorcido com dores, talvez por ter enfiado o pé esquerdo num pote (vaso de Hermes); e o terceiro tocando um clarinete vegetal. Um demónio apoiado na mesa apercebe-se da cena. Ao lado, um monstro sem cabeça, mas com pernas e caudas, tem uma faca cravada na barriga. Novamente, o pecado da Gula. A tentar subir a pedra, onde está sentado Santo Antão, vemos um lagarto.

Ao fundo, ergue-se a cidade da Rainha-Demónio. No portão principal de entrada para esta cidade de fortes muralhas erguem-se chamas. Ao lado deste edifício, um moinho holandês roda as suas velas. Nas imediações da cidade, na água, um homem ergue uma espada contra um dragão preto, furioso, numa luta desigual, prestes a afogar-se. Sobre a ponte, uma multidão entusiasmada assiste ao espectáculo, esperando ver quem vai sair vencedor. No céu puro, um casal de burgueses cavalga um peixe volante, símbolo da volúpia.


Daniela Vicente

Título: As Tentações de Santo Antão ao pormenor

Autor: Daniela Vicente (todos os textos)

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Comentários - As Tentações de Santo Antão ao pormenor

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Como burlar a crise e fazer a viagem dos sonhos gastando pouco

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Tema: Viagens
Como burlar a crise e fazer a viagem dos sonhos gastando pouco\"Rua
Não é novidade para ninguém que o Brasil está passando por uma séria crise econômica e política. Atrelado a isso, a elevação do dólar nos últimos meses tem contribuído para a queda considerável no número de viagens internacionais. Para os amantes de viagens, também chamados travelholics, a crise não é um motivo para adiar aquela viagem tão esperada.
Nesse post você terá dicas de como superar esse momento e realizar seu sonho de uma forma mais econômica, sem precisar de guias turísticos, que encarecem ainda mais a viagem.

Dica 1) Planeje sua viagem com antecedência.
Provavelmente a maioria já ouviu falar disso, mas é a pura verdade. Programar a viagem é o primeiro passo para uma estadia tranquila e bem mais barata. Escolher o destino, a época do ano e com quem ir é o começo de tudo. As passagens aéreas costumam ter preços promocionais quando comprada com antecedência e você poderá escolher melhor onde passará as noites.

Dica 2) Pesquise os preços das passagens diariamente.
Se o destino já está definido, comece a buscar as passagens já. Os preços costumam variar diariamente, e sim, podem cair ou subir absurdamente de um dia para o outro. Eu super indico o Google Voos como busca de passagem. Ele apresenta os valores e os horários das mais variadas companhias aéreas e no final, te redireciona para o site da empresa sem te cobrar nenhuma taxa por isso. Além disso, ter em mente a opção de flexibilizar as datas pode te possibilitar um bom desconto no final. Você e o seu vizinho de assento podem estar indo pro mesmo destino, mas pagando valores completamente diferentes.

Dica 3) Use e abuse do Google Maps para escolher a região de hospedagem.
O Google Maps é uma opção de busca com mil e uma utilidades. Depois de escolhida a cidade, pesquise a localização dos principais pontos turísticos que são do seu interesse. Há várias ferramentas para busca de hotéis e pontos turísticos no site. Se você vai depender de transporte público ou ''viação pé'' para conhecer a cidade, uma boa dica para economizar tempo e dinheiro é ficar na região cultural da cidade. Você poderá pagar um pouco mais caro na estadia, mas economizará em outros quesitos.

Dica 4) Utilize os sites de busca de hotéis para fazer as reservas.
Depois de muito pesquisar, descobri que organizar a viagem por conta própria pode sair até pela metade do preço do que seria através de uma agência de viagem. Existem muitos sites de hotéis, mas é bom pesquisar sua credibilidade em fóruns e sites de reclamação. Minha sugestão é o Booking.com, há anos no mercado com milhões de clientes, ele é reconhecido pela sua transparência e grande assistência àqueles que precisaram resolver algum problema. Utilizando as datas de entrada e saída, e os filtros como valor máximo da diária e número de estrelas, você encontra o melhor hotel pro seu gosto e seu bolso.

Dica 5) Seguro Viagem
É imprescindível a contratação de um seguro viagem se você está indo para o exterior. Dependendo do país, uma diária no hospital pode sair mais cara que toda a viagem. Sem falar que em caso de extravio de bagagem e algum problema mais grave com um parente próximo no país de origem, além de outras questões, o seguro tem a cobertura específica. Não se deixe levar pelos pequenos preços. Procure aqueles conhecidos mundialmente e, de preferência, utilizado por algum conhecido. Quanto mais detalhado for, melhor.

Dica 6) Curta a pré-viagem pesquisando
O período antes da viagem é tão gostoso quanto ela, propriamente dita. Aproveite para pesquisar sobre os locais do seu interesse, restaurantes, lojas e principalmente transporte. Hoje, já existe taxímetro online em grandes metrópoles, onde você pode fazer um cálculo estimado da corrida de um lugar a outro. Como o nosso objetivo é a economia, são muitas as alternativas de transporte. Além do bom e velho ônibus, as vans compartilhadas do aeroporto para o hotel podem sair bem mais em conta que o táxi. Para quem for ficar poucos dias em uma grande cidade, os ônibus vermelhos de dois andares, conhecidos por Hop On Hop Off, dão uma geral na cidade, passando pelos principais pontos e possibilitando ao turista parar onde quiser, e esperar pelo próximo nos pontos indicados. Existem ticktes de 24, 48 e 72 horas ilimitado, a partir do momento do primeiro uso.

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Letícia Spínola Flávio

Título:Como burlar a crise e fazer a viagem dos sonhos gastando pouco

Autor:Letícia Spínola Flávio(todos os textos)

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Comentários

  • Adriana SantosAdriana Santos

    10-11-2015 às 21:16:50

    Gostei das dicas! Valeu!
    Realmente, as pessoas que amam viajar encontram diversas formas, nem que seja um lugar próximo a sua cidade!

    Abraços!

    ¬ Responder

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