Arte, paixão ou revolta? A música que o diga!
Enfim, a música torna-nos necessariamente mais piedosos e naturalmente mais próximos da perfeição… apenas mais próximos porque essa mestria só poderá existir no dia em que tenhamos o bom-senso parar por instantes, ouvir e interpretar os sons. Recordemo-nos que, em criança, qualquer som atraía a nossa atenção. Procurávamos quase instintivamente decifrar os sons e automaticamente a nossa mente filtrava o que considerava ruído do que era percebido como melodia.
A reação era quase imediata e deliciosamente descomplicada: um choro ou um sorriso. Estaremos nós mais vocacionados para a comunicação quando nascemos e vamos perdendo com a aprendizagem de novos meios de correspondência essa valiosa sabedoria? A música, seja qual for o seu género, é perfeita em toda a sua essência, o rock progressivo elevamos a um nível quase virtual, o hard rock, a um nível de euforia animal, o punk e o reaggae leva-nos de volta a uma adolescência contestatária e idealista, distante e quase perdida mas sempre desejada; o metal, trash ou não, faz-nos sonhar, o jazz improvisado ou não fascina-nos com a sua estranheza e excelência, os blues com toda a sua história transporta-nos a um passado que muitas vezes não foi nosso mas sentimos a dor aos primeiros sublimes acordes, o disco-sound leva-nos a um universo multicolor e resplandecente, no rap sentimos a rebeldia a contestação, na musica clássica procuramos muitas das vezes decifrar algo que nos parece complexo mas apaixonante …e podia continuar por aqui fora e deixaria certamente de mencionar outros estilos musicais que tanto admiro e idolatro… A música é, de facto, o que nos une e marca para sempre.
A arte de bem combinar os sons, definição tradicional de música, tem um sentido mais amplo do que podemos imaginar. De facto, a combinação dos sons pode resultar numa infindável panóplia de efeitos musicais, mais melódicos para uns do que para outros. Mas quando os sons transmitem uma mensagem, seja ela qual for, estramos perante a verdadeira música, aquela que perdura no tempo, inabalavelmente resistente ao definhar dos antigos instrumentos musicais e à invasão da eletrónica e dos computadores.
O que seria da vida sem música? É disso que é composta a natureza.