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Um aroma apeticível

Categoria: Alimentação
Um aroma apeticível

De aroma apetecível e raiz histórica mensurável, o café satisfaz, desde tempos imemoráveis, o paladar e o desejo de cafeína das pessoas de todos os estratos sociais e condições económicas.

Não é possível afirmar que seja distintivo desta ou daquela classe de indivíduos, porque encontra fãs em representantes de todas elas.

É impressionante o efeito que os pequenos grãos de café provocam. E a relevância que se lhe dá.

Em congressos, conferências e seminários até se instituiu o coffee break. Não se pensou num cake break (sendo que, por norma, os bolos acompanham o café e “matam o bicho” ou calam o “rato” no estômago), ou num water break (sentindo os oradores necessidade de beber água depois de discursos tão eloquentes, e os ouvintes após a “seca” que os acometeu), ou num w.c. break (para retocar a maquilhagem, fazer um chichizinho, ou dar resposta a outra qualquer precisão).

O café assume, sem dúvida, a primazia e o seu odor perfuma e suaviza até os momentos mais desconfortáveis.
Muitos namoros começam, precisamente, com convites para ir tomar café. A apreensão e o desconcerto vêem-se amenizados pela adrenalina que o café incute.

E é de realçar que, quando não se sabe onde meter as mãos, que normalmente nessas alturas se encontram transpiradas e irrequietas, ter uma chávena para ir rolando constitui um ponto de apoio importantíssimo.


Rua Direita

Título: Um aroma apeticível

Autor: Rua Direita (todos os textos)

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Imagem por: Refracted Moments™

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Fine and Mellow

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Tema: Música
Fine and Mellow\"Rua
"O amor é como uma torneira
Que você abre e fecha
Às vezes quando você pensa que ela está aberta, querido
Ela se fechou e se foi"
(Fine and Melow by Billie Holiday)

Ao assistir a Bio de Billie Holiday, ocorreu-me a questão Bluesingers x feminismo, pois quem ouve Blues, especialmente as mais antigas, as damas dos anos 10, 20, 30, 40, 50, há de pensar que eram mulheres submissas ao machismo e maldade de seus homens. Mas, as cantoras de Blues, eram mulheres extremamente independentes; embora cantassem seus problemas, elas não eram submissas a ponto de serem ultrajadas, espancadas... Eram submissas, sim, ao amor, ao bom trato... Essas mulheres, durante muito tempo, tiveram de se virar sozinhas e sempre que era necessário, ficavam sós ou mudavam de parceiros ou assumiam sua bissexualidade ou homossexualidade efetiva. Estas senhoras, muitas trabalharam como prostitutas, eram viciadas em drogas ou viviam boa parte entregues ao álcool, merecem todo nosso respeito. Além de serem precursoras do feminismo, pois romperam barreiras em tempos bem difíceis, amargavam sua solidão motivadas pelo preconceito em relação a cor de sua pele, como aconteceu a Lady Day quê, quando tocava com Artie Shaw, teve que esperar muitas vezes dentro do ônibus, enquanto uma cantora branca cantava os arranjos que haviam sido feitos especialmente para ela, Bilie Holiday. Foram humilhadas, mas, nunca servis; lutaram com garra e competência, eram mulheres de fibra e cheias de muito amor. Ouvir Billie cantar Strange Fruit, uma das primeiras canções de protestos, sem medo, apenas com dor na alma, é demais para quem tem sentimentos. O brilho nos olhos de Billie, fosse quando cantava sobre dor de amor ou sobre dor da dor, é insubstituível. Viva elas, nossas Divas do Blues, viva Billie Holiday, aquela que quando canta parte o coração da gente; linda, magnifica, incomparável, Lady Day.

O amor vai fazer você beber e cair
Vai fazer você ficar a noite toda se repetindo

O amor vai fazer você fazer coisas
Que você sabe que são erradas

Mas, se você me tratar bem, querido
Eu estarei em casa todos os dias

Mas, se você continuar a ser tão mau pra mim, querido
Eu sei que você vai acabar comigo

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Sayonara Melo

Título:Fine and Mellow

Autor:Sayonara Melo(todos os textos)

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