Chocolate
O chocolate foi levado do México para a Europa no século XVI. Os invasores espanhóis se encantaram com o chá desta planta, se surpreenderam, menos com o seu gosto e mais agradavelmente com os seus outros efeitos. O gosto amargo foi contornado adocicando o cacau conforme o gosto de cada um.
Desde cedo, aconteceram surpresas com o chocolate, o que continua acontecendo até os nossos dias. A primeira indicação terapêutica do chocolate veio quando descobriram que ele ajudava aos asmáticos nas suas crises, e a última surpresa agradável vem agora da Alemanha, onde um estudo muito bem conduzido chegou à conclusão que o chocolate é útil no combate à hipertensão arterial e na prevenção de doenças isquêmicas decorrentes da elevação da pressão arterial.
Um dos primeiros componentes estudados do cacau foi a teobromina. Esta palavra vem do grego e significa “alimento dos deuses”. A teobromina é um alcaloide do grupo das metilxantinas, assim como a cafeína e a teofilina. No chocolate o alcaloide de maior concentração é a teobromina.
Por outro lado, o chocolate teria a capacidade de liberar endorfinas, substâncias que provocam bem estar e facilitam o sono. É por esta razão que as camareiras dos hotéis costumam colocar à disposição um bombom ou um pequeno chocolate sob o travesseiro para que os hóspedes durmam bem.
Foi constatado que depois de ingerir chocolate, 5,6 gramas por dia, havia uma diminuição da pressão arterial, já observável após 6 dias , e que depois de 18 dias baixava mais ainda, tanto em homens como em mulheres. A redução na pressão sistólica (a máxima), depois de 18 dias ingerindo 5,6 g de chocolate amargo/dia, era em média de 2,9 mm de Hg nas mulheres e 3,0 mm de Hg nos homens. Já na pressão diastólica (a mínima) a redução foi de 1,9 mm de Hg nas mulheres e 1,8 mm de Hg nos homens. Isto aconteceu somente com o chocolate amargo. Com o branco não houve influência sobre a pressão arterial.
A substância responsável por esta diminuição da pressão arterial seria do grupo S-nitrosoglution, encontrada somente no chocolate negro. A quantidade de chocolate administrada de 5,6 gramas ao dia, não alterou os níveis de açúcar no sangue e de colesterol, triglicerídeos ou creatinina. Os pacientes também não engordaram.
O cacau puro é bastante amargo, mas no chocolate o cacau é associado ao açúcar, o que pode tornar o seu consumo prejudicial nas dietas de emagrecimento ou para diabéticos. Já existem no mercado chocolates dietéticos, sem açúcar.
Podemos concluir que, além das dietas ricas em fibras, frutas e verduras, pobres em gorduras saturadas ou trans, o chocolate é recomendável para ajudar a controlar a pressão arterial. Aos pacientes se recomenda que não se fiem somente nestes dados, devem continuar controlando a sua pressão arterial com o seu médico.