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Açorda à Alentejana

Categoria: Alimentação
Comentários: 1
Açorda à Alentejana

O Alentejo é muito rico tanto a nível paisagístico como de gastronomia. As suas ementas são apreciadas por muita gente que se desloca de propósito para as conhecer. De entre as inúmeras variedades é muito típica a açorda alentejana que se destaca pela sua qualidade e modo de confeccionar diferente.

Ingredientes:
- um bom molho de coentros ou uma mistura de duas ervas;
- 2 a 4 dentes de alho;
- 1 colher de sopa bem cheia de sal grosso;
- 4 colheres de sopa de azeite;
- 1.5 litro de água a ferver;
- 400 g de pão caseiro (duro); 4 ovos.

Confecção:
Depois de reunir todos os ingredientes pisam-se os coentros num almofariz reduzindo-os a papas com os dentes de alho, a que se retiram o grelo, e o sal grosso. Deita-se esta papa na terrina ou numa tigela, rega-se com o azeite, e escalda-se com água a ferver, onde previamente se escalfaram os ovos (de onde se retiraram). Mexe-se a açorda com uma fatia de pão grande, com que se prova a sopa, sendo esta designada de sopa de azeiteira ou sopa mestra.

Introduz-se então no caldo o pão, que foi ou não cortado em fatias ou em cubos com uma faca, ou partido à mão, conforme o gosto. Depois tapa-se a açorda, pois uns gostam dela mole e outros apreciam as suas sopas duras. Os ovos são colocados no prato ou sobre as sopas na terrina, também conforme o gosto.

Esta açorda é muito conhecida no Alentejo, o prato mais conhecido da culinária alentejana. Vai á mesa do pobre e do rico e raro é o dia em que não constitui o almoço do trabalhador rural. Tem muitas variantes e é influenciada pelas mudanças de estação como é regra em cozinhas tradicionais, de terra para terra. Há ementas que são mais apropriadas para o verão, por serem mais frescas e outras para o inverno, mais quentes. No entanto esta pode ser confeccionada durante todo o ano. As variações de ementas têm também a ver com os ingredientes que às vezes rareiam durante o ano. Mesmo que se façam reservas não estão tão frescos e não são tão saborosos. Por exemplo as verduras e vegetais são muito mais apetitosas e com mais vitaminas do que fora da época, tal como as frutas. Como os cereais são importantes na alimentação, contendo fibras e vitaminas esta ementa é recomendada para uma refeição substancial, apetitosa e boa em hidratos de carbono e vitaminas.


Teresa Maria Batista Gil

Título: Açorda à Alentejana

Autor: Teresa Maria Gil (todos os textos)

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Comentários     ( 1 )    recentes

  • André BelacorçaAndré Belacorça

    20-09-2012 às 20:11:20

    Bem, falando da açorda, é falar de uma relíquia alentejana, falo por ser alentejano, aquele sabor único, é para mim a melhor sopa, com aquele ovo escalfado, e melhor ainda acompanhado com umas sardinhas assadas com pão, que riqueza. É sem dúvida recomendado a toda agente, é um fenómeno.

    ¬ Responder

Comentários - Açorda à Alentejana

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Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

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Tema: Literatura
Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal\"Rua
Gertrude Stein foi uma escritora de peças de teatro, de peças de opera, de ficção, de biografia e de poesia, nascida nos Estados Unidos da América, e escreveu a Autobiografia de Alice B. Toklas, vestindo a pele, e ouvindo pela viva voz da sua companheira de 25 anos de vida, os relatos da historia de ambas, numa escrita acessível, apresentando situações caricatas ou indiscretas de grandes vultos da arte e da escrita da sua época. Alice B. Toklas foi também escritora, apesar de ter vivido sempre um pouco na sombra de Stein. Apesar de ambas terem crescido na Califórnia, apenas se conheceram em Paris, em 1907.


Naquela altura, Gertrude vivia há quatro anos com o seu irmão, o artista Leo Stein, no numero 27 da rue de Fleurus, num apartamento que se tinha transformado num salão de arte, recebendo exposições de arte moderna, e divulgando artistas que viriam a tornar-se muito famosos. Nestes anos iniciais em Paris, Stein estava a escrever o seu mais importante trabalho de início de carreira, Three Lives (1905).


Quando Gertrude e Alice se conheceram, a sua conexão foi imediata, e rapidamente Alice foi viver com Gertrude, tornando-se sua parceira de escrita e de vida. A casa, como se referiu atrás, tornou-se um local de reunião para escritores e artistas da vanguarda da época. Stein ajudou a lançar as carreiras de Matisse, e Picasso, entre outros, e passou a ser uma espécie de teórica de arte, aquela que descrevia os trabalhos destes artistas. No entanto, a maior parte das críticas que Stein recebia, acusavam-na de utilizar uma escrita demasiado densa e difícil, pelo que apenas em 1933, com a publicação da Autobiografia de Alice B. Toklas, é que o trabalho de Gertrude Stein se tornou de facto reconhecido e elogiado.


Alice foi o apoio de Gertrude, foi a dona de casa, a cozinheira, grande cozinheira aliás, vindo mais tarde a publicar algumas das suas receitas, e aquela que redigia e corrigia o que Gertrude lhe ditava. Assim, Toklas fundou uma pequena editora, a Plain Editions, onde publicava o trabalho de Gertrude. Aliás, é reconhecido nesta Autobiografia, que o papel de Gertrude, no casal, era o de marido, escrevendo e discutindo arte com os homens, enquanto Alice se ocupava da casa e da cozinha, e de conversar sobre chapéus e roupas com as mulheres dos artistas que visitavam a casa. Depois da morte de Gertrude, Alice continuou a promover o trabalho da sua companheira, bem como alguns trabalhos seus, de culinária, e um de memórias da vida que ambas partilharam.


Assim, este livro que inspirou o filme “Meia noite em Paris”, de Woody Allen, é um livro a não perder, já nas livrarias em Portugal, pela editora Ponto de Fuga.

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Liliana Félix Leite

Título:Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

Autor:Liliana Félix Leite(todos os textos)

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